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“O Círculo da música – Caminhos e descaminhos da música hoje”, em sua quarta edição, reúne profissionais para discutir a interpretação da música de concerto sob o ponto de vista do intérprete brasileiro e latino-americano.
Em forma de mesa redonda, participam do programa Camila Barrientos, clarinetista da Sinfônica Municipal e co-diretora da Sociedade Boliviana de Música de Câmara; Marília Vargas, soprano, preparadora vocal, professora de canto barroco e canto erudito da EMESP; João Rocha, maestro e compositor, fundador da Academia Kephra de Estudos da Arte da Regência; e Marcelo Jaffé, violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, professor de viola da ECA – USP, colaborador da Cultura FM.
A herança de abuso colonial, o pensamento modernista, a busca por uma identidade brasileira na arte, a formação do instrumentista e uma necessidade de atualização das instituições da música de concerto são temas tratados. “Será que a nossa interpretação está tão engessada quanto a nossa cabeça colonizada?”, pergunta Marcelo Jaffé.
O ser brasileiro e o ser latino-americano é uma questão recorrente neste círculo: “Na minha vida, nunca me dei conta, até pouco tempo atrás, de que sou latino-americana”, confessa Marília Vargas.
Sobre a formação, inspirado em Villa-Lobos, João Rocha diz: “A gente tem que usar essa nossa vocação de beber de tudo que é de fora. Mas o resultado é nosso. E o caminho é se posicionar institucionalmente como artistas brasileiros e dando ênfase também para compositores, intérpretes, maestros e maestras do Brasil”.
A linha tênue entre a música popular e a música de concerto é outro ponto que permeia o encontro. O que a música de concerto poderia fazer para ganhar o público, para despertar o desejo da plateia? “Nós, clássicos, ficamos engessados nessa questão da perfeição. E quanto mais a gente fica nesse lugar, mais longe do público a gente fica também”, resume Camila Barrientos.
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