Ouça o programa completo:
É o caso de Florence Price, nascida no Arkansas em 1887, na cidade de Little Rock. Pai dentista, mãe pianista. Esta ensinou-lhe música.
Florece estudou no New England Conservatory, em Boston, uma das raras escolas a admitir alunos negros. Lá diplomou-se em piano e órgão. Em 1910, era diretora do departamento de música da da Clark Atlanta University, na Georgia. Casou-se, separou-se depois de anos e ganhou a vida dando aulas de piano, tocando órgão em cinemas fazendo trilha de filmes mudos compondo jingles de publicidade usando o pseudônimo Vee Jay.
Mas continuou a compor para orquestra.
Sua segunda sinfonia, em 1932, ganhou um prêmio e o maestro Frederick Stock regeu no ano seguinte a estreia da peça com a orquestra de Chicago. Florence foi a primeira compositora negra a ter uma sinfonia executada em concerto por uma orquestra norte-americana de primeira linha, uma das apelidadas big Five. Foi um clarão luminoso numa carreira que em seguida foi novamente soterrada pelo preconceito. Dez anos depois, escreveu uma carta a Serge Koussevitzky, maestro e diretor artístico da orquestra de Boston, pedindo-lhe para considerar a hipótese de tocar sua música. “Tenho duas desvantagens: sou mulher e tenho sangue negro em minhas veias”. Não foi atendida, mas sua música foi tocada por outras orquestras, em Detroit, Michigan e Brooklyn, em Nova York
O programa "O Que Há de Novo", com apresentação de João Marcos Coelho, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM, às Quartas, 23h15h com reapresentação aos Sábado, 19h, na Cultura FM e no aplicativo Cultura Digital.
REDES SOCIAIS