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A série Palco, música e registro apresenta os principais discos ao vivo da música brasileira, contando a história dos espetáculos que os originaram, como também aborda a evolução da técnica de captação sonora em mais de 60 anos.

Apresentada em ordem cronológica, o especial traz em seu primeiro episódio trechos do show que Francisco Alves fez em 1952 no Largo da Concordia, em São Paulo. Esta foi a última apresentação em público do Rei da Voz. Ele morreu no dia seguinte, vítima de acidente automobilístico quando retornava ao Rio de Janeiro.

Outro registro pioneiro é o de 1959, supostamente captado na Broadway (EUA), tendo gerado o LP Pela primeira vez em disco um show completo de Carmen Miranda. Sobre este tema, a produção do especial conversou com o escritor e jornalista Ruy Castro, autor da biografia Carmen - A brasileira mais famosa do século XX, que colocou mais lenha na fogueira.

A partir do início dos anos 1960, o número de gravações ao vivo no Brasil cresceu significativamente. Um bom e importante exemplo se deu em 1960, com o registro do show "A noite do amor, do sorriso e da flor” no anfiteatro da Faculdade Nacional de Arquitetura no Rio de Janeiro, que contou com a participação de João Gilberto.

Outro espetáculo presente neste especial é o da cantora Maysa na boate carioca Au Bon Gourmet, em 1964, quando interpreta pela primeira vez a canção "Demais", de Aloysio de Oliveira e Tom Jobim.

Por meio de discos, a década de 1960 também foi eternizada como uma era de ouro da música brasileira graças aos festivais de música popular brasileira, os espetáculos Dois na bossa, de Jair Rodrigues e Elis Regina, e o programa televisivo Fino da bossa, apresentado pela intérprete de "Arrastão". Contam detalhes desse período Zuza Homem de Mello, técnico de gravação dos festivais e do programa Fino da bossa, Solano Ribeiro, idealizador dos festivais, e Manoel Barenbein, produtor dos discos dos festivais e técnico de gravação do Dois na bossa.

Destaque desse período foi o emblemático show Opinião, originalmente apresentado em 1965 no Rio de Janeiro. A peça de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha, entrou para a história graças à sua crítica política e social, e ao lançamento nacional da cantora Maria Bethânia, então com 18 anos de idade. Depoimentos de arquivo da cantora baiana e de Nara Leão, que integrou a primeira montagem do Opinião, estão neste episódio inaugural de Palco, música e registro.

A ginga, o improviso e o talento vocal de Wilson Simonal passaram do palco para o vinil. Em 1967, o showman - acompanhado do Som Três - gravou seu programa Show em Simonal no Teatro Record Centro, em São Paulo, para comemorar seu primeiro ano na tevê. O aniversário rendeu o LP duplo homônimo, lançado pela Odeon naquele ano. Zuza Homem de Mello, então técnico de gravação, falou para o especial sobre a parte técnica e os bastidores deste programa-espetáculo.