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Ele é o alemão mais piracicabano da história. Compositor, maestro e, sobretudo, professor, Ernst Mahle, nascido em 1929 nos deixou no último dia 12 de maio de 2025, aos 96 anos de idade. “Eu gostava da flautinha, uma coisa que aprendi no grupo escolar”, disse o professor. “Gostei de tocar flauta doce. Isso me ajudou muito mais tarde, em Piracicaba, quando tive a chance de ensinar música por meio da flautinha. Meus alunos todos aprenderam flauta antes de escolher seu instrumento”.

Suas composições são referência para o ensino musical. Seu papel como educador é incontestável. Fruto da Escola Livre de Música, sua vocação para o ensino foi despertada por Koellreutter, ainda no início dos anos 1950. Ali, naquele ambiente, conheceu sua companheira de vida, Cidinha, com quem fundou a Escola de Música de Piracicaba, uma espécie de braço da Pro-Arte no interior de São Paulo.

Ernst Mahle conheceu a música tradicional do Brasil. Inspirado pelo exemplo de Bela Bartok, começou a montar uma coleção de melodias folclóricas brasileiras, a base para arranjos simples para serem executados pelos alunos. Os estudantes da Escola de Piracicaba progrediam e Mahle precisava compor peças um pouco mais difíceis. Segundo o professor, sem esquecer que, mesmo adiantados, eram alunos.

Depois da gravação de uma sonata para viola e piano por músicos profissionais, as encomendas nunca mais pararam: vieram sonatas, suítes, divertimentos, concertinos. O professor virou compositor. Seu catálogo de obras ultrapassa o número de 2 mil peças.

Nesta audição, transmitida originalmente em 18 de maio de 2025, uma celebração à memória de Ernst Mahle.