Achillina - ou “Lina” - Bo Bardi nasceu na Itália em 1914, onde cursou arquitetura e trabalhou com profissionais renomados, como Gio Ponti. Em 1943, em meio à Segunda Guerra Mundial, seu escritório foi destruído. Alguns anos depois, ela e o marido, o jornalista Pietro Bardi, decidiram deixar a Itália, palco do conflito, e migrar ao Brasil.
Lina chegou no Brasil em 1946, onde se naturalizou. A arquiteta se encantou pela estética brasileira: a natureza e os elementos urbanos em harmonia. Ela se estabeleceu em São Paulo, cidade que abriga grande parte das suas obras, acrescentando muito à cena arquitetônica paulistana. Modernista, Bardi incorpora em seus projetos seu pensamento humanista e libertário, que diferenciam suas construções.
Confira abaixo uma lista de marcos urbanos da arquiteta.
1. Museu de Arte de São Paulo
Considerado um marco da cidade, o MASP é o principal projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi. Fundado em 1947 pelo empresário e mecenas Assis Chateaubriand, o museu abriga o maior acervo de obras europeias do hemisfério Sul. São cerca de 11 mil obras que incluem pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos, etc.
Chateaubriand convidou o casal Bardi para fazer parte do projeto. Ela ficou responsável pela arquitetura, enquanto seu marido foi designado para a direção do museu.
2. Sesc Pompeia
Lina foi convidada, durante a década de 1970, para encabeçar a obra que daria origem ao Sesc Pompeia, ou como ela mesmo apelidou, a “Cidadela da Liberdade”. O projeto, feito levando em consideração a fábrica já existente no terreno, é um complexo cultural e de lazer, considerado um dos espaços mais democráticos de São Paulo.
O Sesc Pompeia é reconhecido no Brasil e internacionalmente. Pelo projeto, Lina Bo Bardi recebeu o prêmio - atribuído pela revista inglesa The Guardian da 6ª melhor construção de concreto do mundo.
3. Casa de Vidro
Considerada um marco da arquitetura moderna, a Casa de Vidro foi o primeiro projeto de Lina Bo Bardi que de fato foi construído no Brasil. Ela e seu marido moraram na residência por mais de 40 anos.
Localizada no Morumbi, a Casa de Vidro é aberta para visitas e hoje se tornou o Instituto Bardi, que procura eternizar o legado de Lina e seu marido. Antigamente, a residência era um verdadeiro reduto intelectual que proporcionava encontros entre artistas e arquitetos. Max Bill, Steinberg, Gio Ponti, Calder, John Cage, Aldo van Eyck, Glauber Rocha e Gilberto Gil estão entre os frequentadores.
Veja imagens: Webstory: Cinco marcas urbanas da arquiteta Lina Bo Bardi
4. Teatro Oficina
Uma das últimas obras da vida de Bo Bardi, o Teatro Oficina, localizado no Bixiga, é um importante centro cultural da cidade de São Paulo. O viés industrial marca o projeto que foi sede de tantos movimentos artísticos, como exemplo a Tropicália.
O teatro sofreu um incêndio em 1966, o que danificou de forma permanente a construção. Na década de 1990, Lina assumiu a reforma da obra e colocou elementos característicos de seu estilo, como as grandes paredes de vidro.
5. Museu de Arte Moderna
Fundado em 1948, o MAM foi projetado por Oscar Niemeyer. O museu fica no Parque Ibirapuera, conhecido ponto turístico da cidade de São Paulo e abriga um acervo de mais de 5 mil obras contemporâneas, em maioria de artistas brasileiros.
Na década de 1980, Lina Bo Bardi assumiu a reforma. Dessa forma, essa construção tem a passagem de dois importantes nomes da arquitetura brasileira, sendo um verdadeiro marco histórico e urbano.
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