Focos de incêndio em Roraima ficaram acima da média em agosto, alerta governo estadual
O especialista alertou para um período de seca mais intenso, o que pode ser analisado a partir do nível dos rios.
02/09/2024 08h37
Joselinda Lotas - AGÊNCIA CENARIUM
BOA VISTA (RR) - Os focos de incêndio no Estado de Roraima estão acima da média para o mês de agosto, indicou à CENARIUM o meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), órgão do governo estadual, Ramon Alves. O especialista alertou para um período de seca mais intenso, o que pode ser analisado a partir do nível dos rios.
“A média de focos de incêndios em agosto seria de 19, mas já atingimos 40, um aumento significativo. O próximo período seco será extremamente intenso”, afirmou. “Já temos alguns indicativos desse período seco intenso, que é o nível dos rios bem baixo, praticamente dois metros abaixo da média do mês”.
O meteorologista lembrou, ainda, que o Estado vizinho Amazonas tem sofrido muito com o tempo seco, o que deixa Roraima em alerta. Ramon Alves aconselha a população a se preparar para temperaturas mais altas durante o verão, apesar da previsão de pouca chuva.
“O foco no Amazonas está bem difícil, com altos índices de fumaça, incêndios, não só na cidade de Manaus, mas em quase todos os municípios. E temos que nós ater aos cuidados com Roraima, porque já temos indicativos, apesar das temperaturas não estarem tão intensas quanto o ano passado”, frisou.
Incêndios florestais
Conforme dados divulgados pelo Corpo do Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), 53.314 pessoas foram diretamente afetadas, entre outubro de 2023 a abril de 2024, pelo período da estiagem em Roraima. De janeiro a abril de 2024, a órgão registrou 2.173 atendimentos envolvendo incêndios em vegetação, sendo 737 apenas em Boa Vista.
De acordo com o gerente de Proteção e Defesa Civil do CBMRR, capitão Rodrigo Maciel, a instituição já está na fase de monitoramento junto a outros órgãos para evitar futuros desastres. “Estamos priorizando o monitoramento diário, por meio de sites e verificação dos focos pelo Inpe, Censipam, Agência Nacional de Águas Saneamento Básico, entre outros, para poder prever se teremos alguma influência dos fenômenos El Niño ou La Niña, e assim ter um melhor embasamento para tomar futuras decisões”, frisou.
Conforme mapeamento publicado em julho deste ano pelo MapBiomas Brasil, o bioma com a maior área queimada no semestre foi a Amazônia, com 1,45 milhão de hectares devastados em 2023. Assim, representa 68% do território queimada no Brasil durante esse período.
REDES SOCIAIS