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Marcela Leiros - AGÊNCIA CENARIUM*

MANAUS (AM) - A cidade de Manaus, capital do Amazonas, está entre as 500 piores do País — em um ranking com 5.276 municípios — considerando a eficiência dos serviços básicos à população em relação ao volume de recursos financeiros. A capital amazonense, que tem o prefeito David Almeida (Avante) como gestor, encontra-se na 4.778° posição, de acordo com a ferramenta criada pela Folha em conjunto com o Datafolha.

O Ranking de Eficiência dos Municípios - Folha (REM-F) analisou o atendimento das prefeituras nas áreas de Saúde, Educação e Saneamento, tendo como determinante no cálculo de eficiência da gestão a receita per capita de cada cidade. Quanto mais serviços prestados com menos receita, maior a eficiência. A ferramenta parte de uma escala de 0 a 1, em que o pior município atinge 0,220 e o melhor, 0,769.

Manaus é a capital mais populosa da Região Norte do País, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população da capital do Amazonas superou os 2 milhões, um crescimento de 14,51% na comparação com o Censo 2010, que a população da cidade era de 1,8 milhões.

Em relação à saúde, a escala municipal é de 0,415 enquanto a nacional é de 0,505. Apenas 61% dos domicílios estão cobertos por atenção básica na capital amazonense, e o número de médicos por 1.000 habitantes é 2,79.

Quanto à receita, o REM-F indica que a escala de 0,086, também abaixo da média nacional de 1,141. A cidade teve, de acordo com o levantamento, R$ 8 bilhões de receita, em 2022, gastando 25% com educação, 17% com saúde e 3% com o Legislativo.

O saneamento na cidade de Manaus é considerado eficiente. A capital está na escala 0,751, acima da média nacional de 0,642. O levantamento considerou eficientes o atendimento de água, com cobertura de 85%, a cobertura de esgoto, de 43%, e a coleta de lixo, de 97%.

Norte

A cidade paulista de Botucatu é a primeira colocada no ranking, entregando mais saúde, educação e saneamento à população gastando menos. A pior colocada no ranking é o município paraense Bagre, no Marajó, localizada em 1 das 10 piores mesorregiões do Brasil, todas no Norte do País — e três delas, no Pará. As demais ficam no Amazonas, Rondônia, Amapá e Roraima.

Segundo o levantamento, na Região Norte, distâncias e tamanhos dos municípios são fatores que prejudicam a eficiência das administrações.

O trabalho mostra que regiões e cidades onde o setor de serviços agrega mais valor ao Produto Interno Bruto (PIB) tendem a ser mais eficientes, assim como aquelas em que a indústria têm mais peso. Na contramão, nos municípios onde o setor público e a atividade agropecuária são preponderantes, há tendência de as prefeituras serem menos eficientes.

(*) Com informações da Folha de S. Paulo e Datafolha