Brasil autoriza envio de bombeiros para combater incêndios florestais na Bolívia
O decreto foi publicado no Diário Oficial (DOU), de quarta-feira, 4.
06/09/2024 11h57
Ana Cláudia Leocádio - AGÊNCIA CENARIUM
BRASÍLIA (DF) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto em que autoriza o envio de 25 militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para a Bolívia, onde deverão atuar no combate aos incêndios florestais que o país vizinho também enfrenta. O decreto foi publicado no Diário Oficial (DOU), de quarta-feira, 4.
Segundo a publicação, a equipe deve atuar pelo período de 5 a 17 de setembro. Em agosto, a Bolívia pediu ajuda ao Brasil para auxílio no combate aos incêndios que atingem também a fronteira entre os dois países.
Informações da Agência Brasil indicam que a união de forças foi acordada dia 26 de agosto, durante uma reunião em Corumbá (MS), que contou com a participação de representantes dos governos e de órgãos públicos brasileiros e bolivianos. O pedido consistia no “envio de aeronaves de dois tipos - para ataques aéreos a focos de incêndio e para transporte pessoal e de carga -, além de envio de brigadistas e/ou bombeiros militares”, segundo nota divulgada pelo Itamaraty.
O portal de notícias “La Patria” informou, nessa quarta-feira, 4, que os incêndios florestais já afetaram aproximadamente 2,9 milhões de hectares na Bolívia, distribuídos em 20 municípios das regiões de Santa Cruz, Beni e Pando.
Assim como no Brasil, as autoridades bolivianas tentam endurecer a fiscalização e as multas contra quem coloca fogo na floresta. Dados da “Autoridad de Bosques y Tierras (ABT)” da Bolívia, segundo o portal, indicam que 68% das áreas afetadas são de pastagens e 32% de florestas. Seis áreas protegidas, incluindo o Parque Nacional Noel Kempff Mercado, declarado Patrimônio da Humanidade no ano de 2000, estão sendo atingidos pelas queimadas.
A faixa de fronteira entre Brasil e Bolívia é de mais de três mil quilômetros, margeadas do lado brasileiro pelos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que recebem o Pantanal, conhecido como “Chaco” pelos bolivianos. Os incêndios ameaçam a Serra do Amolar, que foi atingida pelo fogo recentemente. Além de santuário da biodiversidade, o lugar é Patrimônio Nacional da Humanidade.
A Cenarium pediu informações ao Itamaraty sobre o atendimento aos demais pedidos da Bolívia, mas até a publicação desta matéria não recebeu resposta.
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