Cenário da seca no Brasil deve agravar em setembro
O Índice Integrado de Seca (IIS3) monitora a gravidade da seca no Brasil, combinando dados de chuvas, umidade do solo e saúde das plantas para avaliar o impacto da falta de água em diferentes regiões.
06/09/2024 12h09
Thais Matos - AGÊNCIA CENARIUM
MANAUS (AM) - A seca que o Brasil enfrenta deve piorar nos próximos meses em várias regiões do País. De acordo com a projeção do Índice Integrado de Seca (IIS3), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem), em setembro de 2024 o cenário se agravará em 73 municípios de Mato Grosso, 43 de Goiás, oito do Amazonas e sete de Mato Grosso do Sul.
O Índice Integrado de Seca (IIS3) monitora a gravidade da seca no Brasil, combinando dados de chuvas, umidade do solo e saúde das plantas para avaliar o impacto da falta de água em diferentes regiões.
Segundo o IIS3, houve uma redução da seca em agosto de 2024 em comparação a julho do mesmo ano, mas cerca de 200 municípios ainda enfrentam seca extrema. São Paulo se destaca com 82 municípios afetados, seguido de Minas Gerais, com 52, Goiás, com 12, Mato Grosso do Sul, com oito, e Mato Grosso com 24. Além disso, houve agravamento da situação no Acre e no oeste do Amazonas.
Os municípios de Santa Isabel do Rio Negro (AM), Canápolis (MG) e Apiacás (MT) estão com a situação mais preocupante, enfrentando seca extrema há mais de seis meses. Canápolis e Apiacás registram essa condição há 10 meses, enquanto Santa Isabel do Rio Negro já soma 12 meses em seca extrema.
O IIS3 também monitora as Terras Indígenas (TIs). Em agosto, 45 TIs estavam em condição de seca extrema, um aumento em relação a julho. Outras 16 apresentaram seca severa, o que representa uma redução em comparação ao mês anterior. Essa condição se concentra, principalmente, nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Ainda em agosto, 963 municípios tiveram ao menos 80% de suas áreas agroprodutivas impactadas pela seca. As pastagens, em especial, podem apresentar baixa qualidade devido à intensidade e duração da seca, afetando a pecuária nessas regiões.
Monitoramento
A atualização do último Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), divulgado na segunda-feira, 2, mostra que a Região Norte teve a situação mais severa no registro de seca extrema, entre o período de junho e julho. O Amazonas apresentou a condição mais intensa entre todas as unidades da federação.
De acordo com a ANA, somente Roraima registrou redução, de 100% para 77%, na área afetada pela estiagem. “Em julho, o Estado teve áreas livres de seca pela primeira vez desde sua entrada no Mapa do Monitor em novembro de 2023”, informa a agência.
No Amazonas, a área com seca aumentou de 95% para 98% entre junho e julho, a maior desde maio deste ano, quando chegou a 100%. A ANA classifica como intensificação da seca no Estado o aumento da área considerada de seca extrema, saindo de 5% para 19% em um mês. É a maior condição e mais severa desde a entrada do Amazonas no Mapa do Monitor, em 2022, e a maior do País.
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