#Provoca: “Há gestos bastante próximos à ditadura”, diz Marcelo Rubens Paiva sobre o atual governo
Escritor e jornalista avaliou o atual governo e analisou as tendências de uma volta do período militar no país
11/08/2020 22h40
No #Provoca Em Casa desta terça-feira (11), o escritor, dramaturgo, roteirista e jornalista Marcelo Rubens Paiva avaliou o atual governo, analisou as tendências de uma volta do período militar no país e ainda comentou a cusparada feita pelo presidente Jair Bolsonaro no busto de seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, morto na Ditadura Militar (1964-1985).
Paiva aponta que a sociedade já vem demonstrando gestos autoritários e que se aproximam de uma Ditadura. Como exemplo, ele citou as investidas do Procurador Geral da República, Augusto Aras, contra a Lava Jato; a imposição do Ministério da Educação por reitores, que antes eram decididos pela lista tríplice; e o desrespeito às leis fundamentais aos direitos humanos que se tornam cada vez mais comuns. “Era um período que a gente tinha que combater e não glorificar”, afirma ele.
O escritor ainda comenta a violência policial característica dos governos autoritários e que são cada vez mais presentes no mandato de Bolsonaro: “Jamais um civil tem que abaixar a cabeça para um militar, pelo contrário, o militar que tem que abaixar a cabeça para o civil, o militar é um servidor público”, disse.
Em 1971, quando Marcelo tinha 11 anos, seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, foi preso, torturado e morto no Rio de Janeiro. Um atestado de óbito foi entregue à família 25 anos depois, mas o corpo nunca foi encontrado. Em 2014, foi realizada uma homenagem a Rubens Paiva com a instalação de um busto na Câmara dos Deputados. O atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, que na época era deputado, teria dado uma cusparada em direção à estátua, após chamá-la de “comunista”.
Segundo Paiva, Bolsonaro acredita que seu pai fornecia armas e dinheiro para Carlos Lamarca, ex-militar que participou do movimento contra a Ditadura Militar, a Vanguarda Popular Revolucionária. “Isso é um desconhecimento da história, porque o Lamarca que deveria dar dinheiro e metralhadoras para o meu pai”, defendeu.
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