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Conheça Carolina de Jesus, uma das primeiras autoras negras publicadas no Brasil

Seu primeiro livro, ‘Quarto de Despejo’ ficou conhecido mundialmente, vendendo 10 mil cópias em quatro dias, e 100 mil cópias, em um ano. Até os dias de hoje ele é definido como um relato atual da condição de vida de muitas outras mulheres nas favelas do Brasil


20/11/2020 19h13

BIOGRAFIA

Neta de escravos e filha de uma lavadeira analfabeta, Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914 em Sacramento, sudeste de Minas Gerais.

Desde criança, ela sempre manifestou o desejo intenso de aprender a ler e a curiosidade em perguntar e saber sobre tudo.

Foi uma escritora brasileira de pouca instrução que se destacou por seus relatos, em forma de diários, sobre sua dura realidade na favela. Ela e sua família chegaram a morar em diversos lugares, mas sempre lidando com dificuldades. Passaram fome, frio e não tinham onde morar.

Em 1947, Carolina chegou em São Paulo. No ano seguinte, engravidou de um português, que a abandonou. E ela acabou indo morar nas ruas.

Ao chegar na favela do Canindé, ela construiu seu próprio barraco, e nele nasceram seus três filhos, João José (1948), José Carlos (1950) e Vera Eunice (1953), cada um de um relacionamento diferente.

Carolina dizia que homem algum ia entender sua necessidade literária, pois estava sempre às voltas com os livros, os lápis, os cadernos, onde registrava tudo o que lhe cercava.

E foi no próprio Canindé que seu talento foi descoberto, um jornalista que estava no local buscando material se interessou em conhecer um pouco sobre seu livro e percebeu de imediato seu talento.

Seu primeiro livro, "Quarto de Despejo", publicado em 1960, vendeu 10 mil cópias, em quatro dias, e 100 mil cópias, em um ano. Até os dias de hoje, ele é definido como um relato atual da condição de vida de muitas outras mulheres nas favelas do Brasil.

A partir desse momento, Carolina conheceu o sucesso e a ascensão social, foi convidada para diversas entrevistas e viagens, e virou assunto entre escritores de renome. Além disso, foi traduzida para diversos idiomas e conhecida em inúmeros países. Saiu da favela e mudou-se para uma casa no bairro de Santana.

Com o passar do tempo, como dizia a própria Carolina, ela foi se tornado um artigo de consumo, alguém que é vista com curiosidade, mas descartada depois que a moda passa.

MORTE

Carolina Maria de Jesus morreu no dia 13 de fevereiro de 1977, com 63 anos, cansada, asmática, e esquecida pelo mercado editorial, morando em um sítio em Parelheiros.

Os livros publicados depois de Quarto de despejo não tiveram o sucesso do primeiro.

Autora prolífica de diversos gêneros textuais, Carolina morreu deixando muitos manuscritos.

PRODUÇÕES

Em vida

  • Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960)
  • Casa de alvenaria: diário de uma ex-favelada (1961)
  • Pedaços da fome (1963)
  • Provérbios (1965)

Publicações póstumas

  • Diário de Bitita (1986)
  • Meu estranho diário (1996)
  • Antologia pessoal (1996)
  • Onde estaes felicidade? (2014)

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