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Divulgação/Emily Reborn
Divulgação/Emily Reborn

Eles são delicados, fofos e têm aparência muito semelhante à de um bebê real. Os chamados ‘bebês reborn’ (‘renascidos’, em português) são bonecos colecionáveis pintados à mão, que encantam desde crianças a idosos no Brasil e no mundo.

Surgida depois da Segunda Guerra Mundial, a arte ficou popular a partir dos anos 2000. Atualmente, perfis que mostram o processo de confecção dos bonecos fazem sucesso nas redes sociais. Um deles é o de Larissa Emily de Souza Vedolin, 21 anos, mais conhecida como Emily Reborn.

Ela trabalha com a arte reborn desde os 17 anos e, agora, já conta com quase 400 mil seguidores em sua página no TikTok. “Eu sempre fui apaixonada por arte. Quando eu terminei a minha primeira bebê, eu já sabia o que queria da minha vida”, conta.

Emily explica que fazer um bebê reborn é mais difícil do que parece. “A maioria das pessoas acham que eles são feitos em fábrica, não sabem que eles são feitos manualmente”, diz. O processo de produção é dividido em duas etapas. Na primeira, há a criação de moldes por escultoras, que são passados para indústrias responsáveis pela criação de ‘kits’. Esses kits são, mais comumente, feitos em vinil, material propício à adesão de tinta.

Na segunda etapa, ocorre a pintura feita por artistas como Emily. As técnicas utilizadas são voltadas ao realismo e incluem a coloração de pele, manchas e veias. A cada fase desse processo, os bebês vão ao forno. “Eles levam várias camadas de tinta, matização, coloração de pele. Através da pintura, conseguimos trazer vários aspectos que você consegue enxergar na pele humana”, comenta Emily.

@emily.reborn.art

Estou apaixonada nessa textura 😍 como a arte nós impressiona cada vez mais!

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Após toda a parte de pintura, é iniciado o processo de implantação de cabelo, fio a fio com uma agulha bem fina, em geral usando ‘mohair’, um fio semelhante à lã.

O valor dos bonecos varia de acordo com materiais e características escolhidas pelo cliente. Desse modo, quem quiser ter um bebê realístico pode investir entre R$1.500 até mais de R$ 2.000.

De acordo com Emily, muitas pessoas se equivocam ao pensar que a técnica reborn reproduz, com 100% de fidelidade, uma pessoa que já existe. “Algumas pessoas acham que vão enviar uma foto do filho delas e eu vou fazer um bebê que seja, realmente, idêntico. Não é assim que funciona”, aponta.

Para Emily, a arte reborn ainda não é reconhecida como deveria e, por vezes, menosprezada. “As pessoas olham para o meu trabalho e perguntam o porquê, mas não fazem essa mesma pergunta para quem trabalha com outros tipos de arte ou para quem gosta de figuras de ação, por exemplo. Eles são obras de arte e é assim que eles deveriam ser conhecidos”, completa.

Ponto de vista de uma colecionadora

“O maior sonho da minha vida virou ter um bebê reborn”, conta Letícia Carrilho. Atualmente com 19 anos, ele ganhou o primeiro de sua coleção de bebês realísticos aos 15. “É uma coisa encantadora. É muito parecido com bebê, é uma coisa delicada, que traz paz, pelo menos para mim. O que me chama atenção é o realismo”, conta.

Ela aponta que os colecionadores da arte reborn sofrem preconceito, e que este está ligado à falta de informação sobre o tema: “Tratam como se todo mundo que tivesse um reborn tivesse algum tipo de distúrbio ou trauma. A maioria das colecionadoras não são assim. A gente realmente trata com cuidado porque é uma arte cara, delicada, mas a gente não trata como crianças. Muitas pessoas acham que a gente é maluca, que fica fazendo a boneca dormir, dando mamadeira. Não é assim que funciona”.

Letícia relembra que já foi perguntada sobre o motivo de, ao invés de adquirir um reborn, não fazer “um bebê de verdade”. “A minha resposta é que uma coisa não tem a ver com a outra. Ter um reborn não é a falta de uma criança”, diz.

Ela define sua coleção, que já conta com cinco ‘pequenos’, como a “realização de um sonho”. “Você escolhe cada coisa, o modelo, a artista, o tom de pele, o cabelo. Cada bebê é único e uma coisa muito pessoal. É muito gratificante poder olhar minha coleção e ver que é o que eu sempre quis”, finaliza.