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Um projeto vai restaurar o painel de grafite de um quilômetro localizado na Avenida Doutor José Artur Novade, no bairro de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. A intervenção cultural, chamada de “Tribos de São Miguel”, é parte do projeto "Encontro das Culturas", que tem como objetivo gerar oportunidades de renda a artistas do setor criativo do bairro.

O projeto é fomentado pelo Pro-Mac (Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais), tem patrocínio da Nitro Química e realização da Árvore Cultural e da LS Nogueira. Além da restauração, a iniciativa também prevê oficinas e workshops, de 21 de junho a 1º de agosto para jovens da região.

As oficinas são dirigidas a estudantes do ensino fundamental ao médio e têm abordagens diferentes de acordo com o que é aprendido em aula. Serão 120h de aulas práticas e teóricas de grafite e artes que contam com material incluso (tintas, pinceis, máscaras, apostila).

O “maior painel histórico de grafite do mundo” segue cronologicamente a história do bairro São Miguel Paulista, antes chamado de distrito “Penha de França”, formado a partir de três etnias indígenas, a chegada dos portugueses e os conflitos com as comunidades tradicionais, a migração nordestina e a imigração de japoneses, portugueses e israelenses.

Divulgação/Luan Flavio


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“Fizemos seis meses de pesquisa, entrevistamos moradores antigos, visitamos museus e o acervo da própria Nitro Química, que nasceu no bairro em 1935 e, por muitos anos, tinha seu apito como um 'relógio' para a comunidade”, conta Edimilson Rozendo, pedagogo à frente da pesquisa histórica do projeto. “Também encontramos imagens de uma balsa que fazia a travessia de pessoas em uma época em que o rio Tietê era navegável, essa foi uma lembrança afetiva dos moradores antigos”, diz o grafiteiro e arte-educador Manulo.

O coordenador do projeto Luan Flavio explica que a restauração do painel é um trabalho de ativismo que conta a história real do bairro a partir de nossos povos originários, além de movimentar a economia do local. "Geramos renda aos artistas e suas famílias, aos fornecedores da região e divulgamos seus serviços. Para além do muro, também estimulamos a street art ("arte de rua" traduzido para o português) em oficinas e workshops nas escolas públicas. Isso sem falar nas melhorias de zeladoria da avenida, que acaba se recuperando com a pintura de postes e calçadas e a limpeza dos canteiros", comenta

Flavio também pontua que a ideia é expandir a experiência para outras áreas, públicas ou privadas, em outras cidades brasileiras.

Divulgação/Luan Flavio


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