O livro "Este Dia", segundo da trilogia “365 DNI”, acaba de chegar ao Brasil com exclusividade pela Buzz Editora. Enquanto as gravações do segundo e terceiro filme seguem em andamento na Itália, com expectativa de lançamento no fim do ano na Netflix, a continuação da última cena do filme em que Laura é sequestrada já está fresquinha neste livro, assim como a chegada do novo galã Nacho, rival de Massimo.
Na história, a personagem é sequestrada pelo mafioso que lhe dá 365 dias para se apaixonar por ele. Caso isso não aconteça, estará livre para ir embora após esse período, o que não acontece.
A relação dos personagens envolve a Síndrome de Estocolmo, que ocorre quando a vítima de alguma violência ou sequestro se identifica com os objetivos, a história e motivos do agressor que a coloca nessa situação. Deste modo, fazendo com que a vítima passe a protegê-lo e também desenvolver outros sentimentos, como o amor.
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Em entrevista ao site da TV Cultura, a psicóloga clínica Ana Carolina Hervé explicou que “isso acontece por um estado extremo de desespero, desamparo e falta de atenção na qual a pessoa é submetida. Quando ela passa por isso, busca criar uma empatia e trazer dele esse lugar de maior aceitação”.
O termo "Síndrome de Estocolmo" foi criado pelo criminalista Nils Berejot que colaborou com a polícia durante um sequestro que ocorreu em um assalto a banco na Suécia, em 1973. Durante o crime, os reféns criaram uma relação afetiva e de cumplicidade com os assaltantes, o que originou o termo do estado psicológico que ganhou fama por todo o mundo.
Exemplos
Existem várias obras que apresentam casos da síndrome como a relação de Massimo e Laura em “365 DNI", seja em livros, filmes ou séries. “A Bela e a Fera” e “La Casa de Papel”, por exemplo, envolvem histórias nas quais uma das vítimas se apaixona por um dos agressores/assaltantes e se torna cúmplice.
“A relação do casal de '365 DNI' com certeza é um dos mais puros exemplos da síndrome. Fica muito nítido como a vítima acaba se entrelaçando com a história e os objetivos do agressor, além do quanto ela se submete a isso”, destacou a psicóloga.
A vítima
De acordo com Ana, é difícil que a vítima perceba por si só que está nessa situação, já que isso se torna uma realidade para a mesma. “A manipulação do agressor se torna algo tão concreto e preciso que a vítima dificilmente consegue ter essa percepção sozinha", disse.
Diversos acontecimentos podem ocasionar a síndrome: Um sequestro, estupro e até mesmo manipulações no contexto familiar. A última é uma das que mais ocorrem e que pode acontecer durante o crescimento da criança que convive em um ambiente manipulativo e de agressões. Por ser um familiar que realiza a ação, existe uma inocência sobre isso, o que camufla muitas vezes a situação.
Apesar disso, ela destacou a importância do acolhimento de familiares, psicólogos e do ciclo social para que a vítima não se sinta só e fora da realidade. Dependendo do estresse traumático, em ocorrência de estupro, por exemplo, é necessário pensar em outras alternativas, como uma terapia sexual ou fisioterapia pélvica.
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