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Julia Rugai/TV Cultura
Julia Rugai/TV Cultura

A historiadora e professora de História Árabe Arlene Clemesha esteve no #Provoca desta terça (14) e falou sobre direitos humanos e repressão na Arábia Saudita.

Falando sobre o recente retorno do grupo extremista Talibã ao Afeganistão e o perigo que a volta do regime representa para a população afegã, o apresentador Marcelo Tas citou o regime de Mohammed bin Salman Al Saud, conhecido como MBS, príncipe da Arábia Saudita. 

Entre as diversas violações dos direitos humanos e da liberdade de imprensa por parte do regime, o programa destacou o caso do jornalista Jamal Khashoggi, morto e esquartejado em 2018. "Se isso foi feito na embaixada da Turquia, é porque isso acontece todos os dias na Arábia Saudita. Aí é que está; e a notícia não chega, ela não vai para o mundo", comentou Arlene. 

"É isso que é tão contraditório. Por exemplo, - sem querer defender o Talibã - quando se acusa tanto o Talibã de não respeitar os direitos das mulheres.... Na Arábia Saudita, o que acontece é exatamente a mesma coisa do que poderá acontecer com o Talibã no poder mais uma vez. Só que nada é dito, nada é feito, se fecham os olhos porque é um aliado dos Estados Unidos", prosseguiu a historiadora. 

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Arlene também explicou o contexto histórico para a posição estratégica do país na política global. "É um país que foi fundado sobre um tripé: apoio britânico, a tribo dos Ibn Saud do deserto, sentados sobre a região do petróleo na península; e o Wahabismo, ou seja: uma ideologia radical, extremista, violenta, que desde o começo do século 19, final do 18, já vinha varrendo aquela península com extremismo religioso e uma tentativa de implantar uma visão própria e radical do Islã, e que não era compartilhada pela maioria, pelo bojo da população islâmica. [...] Como estão sentados justamente sobre tanto petróleo, a aliança está colocada". 

O país, que é marcado pela dura repressão aos direitos das mulheres, recentemente passou a permitir que essa parte da população dirija. Mas, para a convidada, a decisão não é exatamente um avanço. "Se comemorou agora que, numa jogada de mídia, praticamente, autorizassem mulheres a dirigir. Mas elas não podem se locomover de um lugar para outro sozinhas, sem autorização de um membro masculino da família. Realmente é uma prisão para as mulheres", afirmou.

Veja o trecho:





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Assista à entrevista na íntegra:


O #Provoca é apresentado por Marcelo Tas e vai ao ar às terças, às 22h, na TV Cultura, site oficial da emissora e canal do programa no YouTube.