A música é um dos elementos formadores da cultura brasileira e a sua presença no país é mais antiga do que comumente se imagina. Muito antes chegada dos portugueses no Brasil, os povos indígenas já utilizavam o registro sonoro nos rituais, festas e celebrações culturais, seja a partir do canto ou de suas rezas.
A música indígena não se restringe ao seu uso ritualístico e isolado no interior das comunidades. Artistas nativos, de diferentes etnias, buscam seu espaço entre a divulgação nacional e internacional da resistência dos povos indígenas do Brasil.
Conheça alguns deles:
1. Ademilson Umutina
É um cantor e compositor indígena que vive na aldeia Bacalana, localizada no município de Barra do Bugres (MT). Um dos principais representantes da música sertaneja indígena, o artista canta memórias e valores ancestrais a fim de resgatar a cultura tradicional do povo Umutina.
2. Kunumí MC
Aos 19 anos, Kunumí MC é considerado o primeiro indígena artista de rap solo no país. Morador da aldeia Krukutu, localizada na Zona Sul de São Paulo, o artista lançou em 2017 o álbum “My Blood Is Red, com composições em português e guarani que falam sobre a sua história e a de seu povo. Desde então, o MC apresentou o single “Demarcação Já – Terra, Ar e Mar”, produzida em parceria com o Criolo, e o clipe da canção “Guerreiro da Floresta / Xondaro Ka’aguy Reguá”, lançado durante a pandemia.
3. KATÚ
A paulistana Katú é cantora, compositora, atriz e ativista pela causa indígena. Filha biológica de um homem do povo Boe Bororo, a artista foi adotada por um casal de não indígenas aos onze meses de idade. Em 2017, teve as suas raízes reconhecidas pelo povo Guarani M’bya e por lá foi batizada como Katú Mirim. Em seu trabalho musical, Katú flui pelo rap e o trap em canções que debatem a demarcação de terras, a ancestralidade, a vida dos povos indígenas e a sobrevivência de sua cultura no Brasil.
4. Jaider Esbell
Artista e escritor macuxi e curador da exposição "Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea", que esteve em exposição no MAM SP de 2021, em parceria com a 34ª Bienal. Esbell tem desempenhado um papel central na luta pela visibilidade e ocupação da arte indígena contemporânea no circuito de arte nacional.
5. Uýra Sodoma
A artista foi destaque ao estampar a capa da Vogue Brasil. Também esteve na Áustria em agosto de 2021. Possuindo uma forte relação com a mata, sua pesquisa parte dos elementos naturais e estudos de biologia. Seus trabalhos evocam saberes ancestrais indígenas, contextualizados na luta de povos originários e da população LGBTQIAP+.
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