Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

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Divulgação/TV Cultura
Divulgação/TV Cultura

O locutor Alfredo Alves foi um dos entrevistados do especial “Os Campeões da Audiência”, em comemoração aos 70 anos da televisão brasileira. Voz presente na rádio Cultura FM e na TV Cultura, ele falou sobre a carreira na emissora e sobre as transformações na locução ao longo dos anos.

Ao comentar sobre a escolha da profissão, Alves recordou um conselho que recebeu do pai durante a juventude: “exerça uma atividade que você não coloque em risco a vida das pessoas”. O motivo do alerta, segundo ele, era sua distração. “Sempre vivi no mundo da lua”.

Mesmo em uma ocupação de “pouco risco”, ele relatou uma gafe cometida quando já trabalhava como locutor na Rádio Eldorado. Na ocasião, cobrindo férias na Cultura FM, ele trocou o nome das emissoras ao vivo. “Pelo menos ninguém morreu por causa disso”, disse em tom de humor.

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Voz da Cultura

A experiência de ser identificado nas ruas como “a voz” símbolo da Cultura FM e da TV Cultura o fez perceber que optou pela carreira certa. Na emissora desde os anos 1980, ele vê a trajetória como uma oportunidade de conhecimento e de contato com referências do meio radiofônico e televisivo.

“Nessa casa, eu muito mais aprendi do que ensinei. O número de estagiários que eu conheci, tanto na rádio quanto na televisão, as pessoas maravilhosas com as quais eu convivi, como Antônio Abujamra, Inezita Barroso, Marcelo Tas. Eu tenho que me considerar um homem privilegiado”, declarou.

Inspiração e técnicas

Sobre suas referências para apresentar os programas de rádio, Alves destacou que a inspiração veio de fora do universo da locução. “Eu me baseei muito no Sérgio Viotti, que era ator e dramaturgo. [Ele] trabalhou 10 anos na BBC de Londres e trouxe aquela informalidade, aquela naturalidade que eu tento aplicar nas minhas locuções”.

Já nas chamadas da TV Cultura, ele explicou que a técnica utilizada é outra. “A inflexão é totalmente diferente. Você está chamando, você está anunciando com algum entusiasmo”. Conforme o programa, Alves varia a modulação da voz a fim de que haja “perfeito sincronismo da entonação com o tema”.

“No Cine Brasil, se tem o Mazzaropi, é claro que a seriedade tem que ser deixada de lado. Aí, você vai usar a ironia, vai usar a descontração. No Planeta Terra, eu tenho que imaginar aquelas imagens imensas da Savana Africana. Essas imaginações estão, sim, na minha cabeça no momento que eu gravo as chamadas”, revelou.

Mudança no cenário

Para Alves, a televisão passou por transformações no que se refere ao perfil de quem narra as chamadas dos programas. “A época das vozes graves, das consideradas belas vozes, essa etapa nós já passamos, ficou lá nos anos 50 até mais ou menos 90. Hoje, se opta mais pela naturalidade, pela interpretação, e não tanto pelo timbre”.

Ainda assim, ele acredita que a voz grave, como a dele, é um diferencial e garante uma identidade à emissora, a exemplo do que aconteceu com a TV Cultura. Quanto ao futuro da locução, Alves preferiu não arriscar um palpite. “Esse tempo que nós vivemos tem uma rapidez, uma agilidade, uma celeridade que nos embriaga. Tudo é possível”.

Assista à íntegra da participação de Alfredo Alves no programa "Os Campeões de Audiência":