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O dia 23 de julho de 2020 marcou o reinício da tradicional contagem regressiva de um ano para a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio. Em vez de comemorações, protestos contra o alto custo financeiro do evento tomaram as ruas da cidade. Cinco anos atrás, a projeção do Comitê Organizador Local indicava que seriam gastos com o torneio cerca de 12,6 bilhões de dólares, bem acima dos 7 bilhões estipulados inicialmente. O jornal local "Nikkei", no entanto, divulgou em março deste ano que o adiamento deve acrescentar mais 2.5 bilhões a esta soma.

O debate em torno dos gastos excessivos no preparo dos jogos não é recente. A cidade alemã de Hamburgo desistiu de receber esta mesma edição dos jogos após sua população recusar a candidatura em um plebiscito realizado em 2015. Já para as Olimpíadas de inverno de 2022, o processo de escolha da cidade-sede enfrentou a desistência de quatro das seis propostas enviadas ao Comitê Olímpico Internacional. Estocolmo (Suécia), Oslo (Noruega), Cracóvia (Polônia) e Lviv (Ucrânia) alegaram falta de verbas e pouco apoio popular. A escolhida foi a capital chinesa Pequim, que derrotou Almaty, no Cazaquistão.

No passado, receber uma Olimpíada era sinônimo de desenvolvimento econômico, melhorias nos serviços públicos e aumento no número de turistas. A escolha de projetos bem estruturados pode realmente fazer a diferença, e dois casos merecem destaque. As obras realizadas em Barcelona para os jogos de 1992 foram bastante elogiadas e trouxeram ganhos para a população, como a ampliação nos serviços de transporte e no aeroporto El Prat. A Vila Olímpica foi transformada em um condomínio residencial e a orla da cidade passou por um processo de limpeza.

Vinte anos depois, a cidade de Londres também recebeu a competição e hoje colhe os frutos desta experiência. O Parque Olímpico foi construído em Stratford, uma região com muitos galpões e residências construídas em áreas degradadas. Atualmente, o distrito possui um grande complexo de shopping centers e é frequentado por várias famílias aos finais de semana. O novo Estádio Olímpico, mesmo construído do zero, não se tornou um elefante branco. A concessão do local foi entregue ao West Ham e abriga os jogos dos Hammers.

Mesmo o planejamento bem executado da cidade não foi poupado de críticas devido aos grandes gastos do evento. Destaque para o movimento "Our Olympics", responsável por organizar diversos atos contra as Olimpíadas na capital britânica, e para o acampamento "Occupy London", que acampou por quatro meses no lado de fora da St. Paul's Cathedral, erguida em 604 d.C.

Tóquio foi a primeira sede a ser escolhida após a implementação da chamada "Agenda 2020". Uma tentativa de resposta do COI para acalmar os críticos e que apresentou 40 mudanças internas tanto na entidade como no movimento Olímpico como um todo. O projeto japonês era considerado um respiro para o Comitê após os diversos contratempos que marcaram as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Apesar de alguns problemas iniciais, como a substituição do logotipo oficial após denúncias de plágio e a mudança de projeto do Estádio Olímpico, a preparação do país asiático foi elogiada por Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional. A chegada da pandemia e as mudanças no cronograma original inflacionaram os custos e geraram ainda mais críticas de ativistas contra a realização dos jogos.

Em meio a tantas incertezas, precisamos aguardar os próximos capítulos desta história e torcer para que a passagem da Olimpíada pela cidade deixe muito mais do que apenas lembranças para os japoneses.

Gabriel Argachoy é jornalista e repórter esportivo da TV Cultura.