Com a ausência dos torcedores nos estádios, clubes tiveram que buscar novas receitas para minimizar o impacto da falta de bilheteria. Diversos projetos foram criados para engajar os fãs com alguma causa específica. Além das iniciativas comerciais, os principais times do futebol brasileiro se uniram a causas nobres para ajudar a população neste momento delicado.
No sul do país, o Internacional promoveu cerca de 100 ações sociais envolvendo arrecadação de alimentos, roupas, itens de higiene e de saúde, totalizando mais de 10 toneladas de materiais arrecadados. Já em outra ação envolvendo os sócios-torcedores, o Colorado ofereceu benefícios aos torcedores que completarem o quadro vacinal.
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“Em toda a história, o Internacional sempre foi conhecido por abrir as portas para essas ações sociais. A pandemia impactou a sociedade em diversos aspectos, fomos um dos primeiros clubes a apoiar estas iniciativas e queremos mantê-las quando as coisas se normalizarem. Buscamos sempre crescer como instituição, trazer projetos inclusivos, trabalhar de forma democrática com o envolvimento de todos os torcedores”, conta Alessandro Barcelos, presidente do clube gaúcho.
De volta à Série A depois de 13 anos, o Juventude adotou os ingressos virtuais, prática de arrecadação comum entre os clubes durante este período. Além dos tíquetes, os fãs concorrem a diversos prêmios oficiais. Para Fábio Pizzamiglio, vice-presidente de marketing do clube gaúcho, é uma forma de apoio para manter o torcedor mais próximo dos jogadores. “É uma temporada muito especial para o Juventude, mas infelizmente não podemos contar com o Alfredo Jaconi lotado. Com essas ações, conseguimos um apoio financeiro importante dos torcedores para ajudar no planejamento do futebol”, comenta.
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Na capital paulista, o São Paulo divulgou a volta dos passeios guiados ao Estádio do Morumbi com a presença de grandes ídolos do passado. Já no Allianz Parque, o Palmeiras inaugurou a nova sala de troféus da instituição. O alviverde promoveu, inclusive, uma programação especial aos sócios para a visitação.
Depois de reformar o estádio, o Botafogo-SP contava com uma programação recheada de shows para a Arena Eurobike. Com o cancelamento dos eventos, a direção intensificou as ações nos espaços comerciais para manter o movimento no local. “Conseguimos manter a atividade de alguns estabelecimentos e organizar atividades com os patrocinadores. Dentro das regras sanitárias, promovemos shows de stand up e concertos musicais”, conta Laura Louzada, gerente de marketing da Botafogo S/A.
Na visão de Bruno Maia, especialista em inovação e novos negócios no esporte, as iniciativas são importantes, mas os clubes devem possuir uma base de dados com informações dos torcedores para intensificar a relação com o público-alvo.
"Os 'first users', como são chamados este tipo de torcedor, possuem um potencial de envolvimento para a geração de novas receitas. É essencial que as empresas tenham esses dados internamente para conseguir trabalhar de uma forma mais eficiente. Isso poderá gerar novas frentes de receitas planejadas no futuro", ressalta Bruno, autor do livro “Inovação é o Novo Marketing”.
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