Arena Pantanal, Arena da Amazônia, Arena das Dunas, Arena Pernambuco e Mané Garrincha. Todos esses estádios têm algo em comum. Construídos para a Copa do Mundo de 2014, ficaram conhecidos como "elefantes brancos", desperdícios de dinheiro público, e só receberam partidas de pouco apelo ou jogos de grandes clubes, especialmente do Rio de Janeiro, em eventos organizados por empresários.
Sede do jogo da Supercopa do Brasil entre Flamengo e Atlético-MG no dia 20, a Arena Pantanal custou cerca de R$630 milhões aos cofres públicos, recebeu quatro jogos do mundial e começou a ter sua história mudada em 2018, quando o Cuiabá fez grande campanha e conquistou o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, em mais um feito inédito, o clube garantiu vaga na Série A e encerrou um jejum de 35 anos sem representantes do Mato Grosso na primeira divisão.
“Pertencer a uma cidade sede da Copa do Mundo e ter um estádio com uma estrutura magnífica foram fatores fundamentais na nossa decisão de investir no Cuiabá. Quando a equipe disputou as séries C e B, a população vinha acompanhar, mas não era atrativo o suficiente para que toda a capacidade do estádio fosse utilizada. Na Série A, houve uma mudança de patamar significativa”, afirma Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.
A escolha da Arena Pantanal como palco da Supercopa foi consequência do bom gramado, que está entre os melhores do país. No ano passado, o estádio recebeu cinco partidas da Copa América. Durante o torneio, Ramón Jesurún Franco, vice-presidente da Conmebol, entidade máxima do futebol sul-americano, deu uma declaração e classificou o local como “um dos melhores estádios do mundo”.
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De acordo com Dresch, os Dourados investiram anualmente cerca de R$300 mil para manter a qualidade do campo, que receberá neste ano jogos do Campeonato Brasileiro, Copa Sul-Americana e Copa do Brasil.
“A ascensão do Cuiabá recolocou a Arena no cenário da elite do futebol brasileiro. Em dezembro, nós fizemos um trabalho no gramado que durou um mês e trouxe um salto de qualidade muito grande. O campo está em uma condição muito boa, pronto para receber partidas do mais alto nível”, completa Dresch.
A chegada e permanência de um representante do estado na Série A foi importante não só para a Arena, que passou a receber jogos semanais e ganhou espaço na mídia, mas para toda a cidade de Cuiabá. A economia local é impactada, hotéis, restaurantes, lojas, bares e shoppings são mobilizados em semanas de jogos contra os principais clubes do país. Segundo a COMTUR (Conselho Municipal de Turismo), cada turista do esporte que visita a baixada cuiabana gasta em média R$ 500 por dia.
Na última quinta-feira (17), o Cuiabá se posicionou de forma contrária à realização de um show do Gusttavo Lima na Arena Pantanal, que está marcado para o dia 19 de março. Segundo a empresa que cuida do gramado, o evento prejudicaria de forma significativa a qualidade do gramado e a drenagem do campo. O clube contou com o apoio da CBF, e o governo do Mato Grosso orientou a empresa responsável a alterar o local do evento.
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