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Reprodução/Instagram Vasco
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Com redução da dívida em mais de R$ 100 milhões e um superávit de R$ 120 milhões, o Vasco apresentou nesta terça-feira (26) seu balanço financeiro de 2021. A temporada foi a primeira da gestão do presidente Jorge Salgado e mostra saldo positivo. Além dos valores financeiros citados, o documento também traz corte de gastos, aumento da receita com venda de jogadores, negociação para prolongamento do pagamento das dívidas de curto prazo e a negociação para a venda da SAF para a 777 Partners.

A melhora financeira passa diretamente pela negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), sobre o passivo fiscal do clube. Este, porém, não foi o único ponto, conforme explica o CEO do Vasco, Luiz Mello.

"É um trabalho de todas as áreas, financeira, jurídica, marketing. Não adianta só reduzir despesas e não aumentar as receitas. Fizemos alguns ajustes estruturais que visaram reduzir despesas e aumentar receitas. Além disso, fizemos uma negociação longa com a PGFN, que durou quase 11 meses, e impactou diretamente na redução da dívida. Foi uma junção destes dois fatores. Reajustes operacionais e renegociação da dívida", afirma.

O dirigente vascaíno ressalta que em relação aos outros anos, o diferencial desta temporada foi a renegociação fiscal, que resultou em mais de R$ 100 milhões de desconto. Entretanto, mesmo sem isso, ainda assim o clube carioca apresentaria superávit superior a R$ 30 milhões, por conta da reorganização administrativa, que contou com aumento nas receitas com marketing, patrocínios, Vasco TV e venda de jogadores.

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A venda de atletas, aliás, aparece como fator de destaque no balanço, passando de R$ 29 milhões em 2020 para R$ 59 milhões no ano passado.

"Tínhamos uma meta de vendas (R$ 40 milhões) e ela foi superada. No orçamento para 2022, também colocamos uma meta de vendas ao departamento de futebol. Temos utilizado a questão de metas em algumas áreas. A venda de direitos econômicos faz parte da receita no futebol. Temos sempre que pensar em como maximizar nossos ativos. No ano passado vendemos o Talles Magno e o Arthur Salles. Nesse ano já avisamos ao departamento de futebol que temos que realizar vendas. Faz parte do dia a dia de um clube de futebol", diz Luiz Mello.

Atualmente, a dívida vascaína é de R$ 709 milhões, sendo que R$ 203 mi são de curto prazo (dentro de um ano). O clube aderiu ao RCE, que possibilita o prazo de pagamento em até 10 anos e o fim das penhoras. Com valor de R$ 115 milhões, as dívidas cíveis não constam no RCE, mas o valor está sendo reduzido com o empréstimo de R$ 70 milhões junto ao grupo 777 Partners, que ofereceu R$ 700 milhões por 70% da SAF vascaína. O restante do valor deve ser investido no futebol até 2025.

“Nós estamos usando o dinheiro do empréstimo-ponte basicamente para pagar dívidas, seja com fornecedores ou internas, visando deixar o clube estabilizado. Tínhamos salários e fornecedores operacionais em atraso. Quitamos. Os salários estão em dia. Em breve vamos publicar o balanço trimestral e certamente teremos uma redução das dívidas com a utilização do empréstimo.”

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Como parte da reorganização financeira do clube, a folha salarial anual do futebol foi reduzida em R$ 12 milhões, passando de R$ 77 milhões para R$ 65 milhões. Em contrapartida, houve aumento de R$ 8 milhões nos custos com o futebol. Números que foram explicados pelo dirigente como melhorias.

“Reduzimos a folha salarial e também alguns custos do futebol, mas melhoramos uma série de processos internos no clube. Nosso departamento médico aplicou os recursos que tínhamos de forma eficiente, melhoramos a logística para proporcionar o melhor possível para nossa equipe. Temos tentado antecipar compras para maximizar a aplicação de recursos no clube.”

Para Mello, caso a venda para a 777 seja concretizada, isso não necessariamente significará um grande aumento na contratação de atletas em um primeiro momento. O CEO ressalta que, antes de tudo, é necessário fornecer uma boa estrutura visando o desenvolvimento dos atletas de base, para cada vez mais revelar grandes atletas.

De acordo com o documento, caso a venda para a 777 seja confirmada, São Januário renderá R$ 2 milhões anualmente para o clube.

“São Januário vai permanecer com a Associação. São dois recursos adicionais que irão para a associação. A receita pela utilização de marca (R$ 1 milhão corrigido) e a receita de aluguel de São Januário (R$ 1 milhão corrigido). Entendemos que esta é uma das várias linhas de receita que vão permitir que a Associação seja sustentável. Ainda estamos no meio da negociação com a 777 Partners, mas sempre estamos buscando formas de obter mais recursos para a Associação, pois a mesma ainda terá 30% da SAF e receberá os respectivos dividendos. Importante mencionar que a manutenção do complexo de São Januário ficará a cargo do potencial investidor", completa.

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