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Reprodução/Instagram @Spark
Reprodução/Instagram @Spark

O jogador de futebol brasileiro Anderson Talisca, que atualmente joga no Al-Nassr, da Arábia Saudita, decidiu realizar o seu sonho de infância e está se aventurando no mundo da música como rapper. Com o nome artístico de “Spark”, o baiano lançou a música Felinaao lado do rapper carioca L7nnon

Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, o atleta contou como está sendo essa nova etapa longe dos gramados e afirmou que a música chegou na sua vida primeiro que o futebol.

“O meu primeiro contato foi com a música. Eu fazia parte da banda escola. Depois a escola montou um time para jogar futsal e contava como nota, então eu passei a jogar também”, conta.

Na escola, percebeu que também tinha qualidade para jogar futsal, mas não esperava se tornar jogador profissional. “Eu tinha noção de espaço, boa finalização e bom drible, mas era tudo uma diversão, o que eu levava a sério era a música”.

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Após perceber que o futebol estava dando certo, o baiano decidiu se afastar da música por um tempo, até conseguir se consolidar no time profissional do Bahia. Ainda jovem, foi vendido ao Benfica, em julho de 2014. No continente europeu, começou a estudar a música profundamente.

“Eu estudava gestão musical e empresarial, foi aí que eu montei minha primeira produtora. Eu comecei a fazer aula de canto também, porque na época da escola eu tocava bateria e outros instrumentos de percussão”, explica.

Há cerca de um ano e meio, Spark lançou sua segunda produtora, chamada "Nine Four", com intuito de realizar os sonhos das pessoas que não tem chance no concorrido mercado musical. "Decidi lançar a gravadora com o objetivo de revelar novos potenciais, tanto da minha terra como de outras regiões, para gerar oportunidades dentro da música e do trap no Nordeste que está tão carente", afirma.

Mesmo curtindo vários estilos diferentes, o jogador se intensificou mais com o rap, por ser o movimento mais parecido com o seu estilo de vida. “Tenho nada a ver com o rock, não combina comigo. O movimento urbano é o que eu trago dentro de mim, nós precisamos transmitir a nossa musicalidade e naturalidade e é isso que eu tento passar nas minhas músicas”, completa.

O jogador se juntou com o astro L7nnon para produzir a música Felina, em edição da Nine Four Records, assinada em parceria com Maxx. Com a produção da gravação de Rafa Jah e Ttheuzin

“A gente se conheceu em um rolê de barco em Salvador, eu já tinha ouvido falar dele, mas não o conhecia pessoalmente”. Ele admite que não curtia tanto a música, mas explica os motivos da mudança de chave. “Na verdade, eu nem gostava dessa música, ele ouviu e achou incrível. Então escreveu uma parte em 10 minutos. Pouco tempo depois já gravamos o clipe”, completa.

Futebol vs música

Talisca, que sempre é especulado em diversos times brasileiros, diz que não teve nenhum tipo de problema com o clube árabe e sabe bem dividir as duas carreiras. O atacante revela que mostrou sua música para Cristiano Ronaldo e recebeu a benção do craque português.

“Eu já peguei vários jogadores escutando minha música antes dos jogos, mas é como eu te disse, eu respeito muito o clube. Nunca falei nada sobre música com ninguém lá, os caras colocam porque eles gostam”.

Apesar de conseguir transitar nos dois ambientes, o atacante afirma que se um dia retornar ao futebol brasileiro iria largar a carreira musical. 

“No Brasil, a torcida não tem respeito pelo pela sua vida pessoal pela. Eu vejo muita falta de respeito com os jogadores no Brasil, entendeu? Eu saí do país muito novo, né? Então eu aprendi a conviver assim. Aqui (Arabia Saudita) as pessoas respeitam, na Europa as pessoas respeitam, entendeu?”, lamenta o atleta.

O atacante diz que realmente quer investir na sua carreira musical e afirma que não é um hobby, como faz outros atletas.

“Eu faço música por amor, se você for parar para analisar não tem como um jogador de futebol que nunca fez nada com a música do nada inventar de cantar, né? A não ser que for por hobby, né? Eu não trato como brincadeira, é como futebol, não é brincadeira, tem todo um estudo por trás. Não é só chegar e pegar o microfone, né? Existe muita diferença”, finaliza.

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