A pista de atletismo do estádio Ícaro de Castro Mello, mais conhecido como estádio do Ibirapuera, em São Paulo, foi destruída para a realização de uma prova de automobilismo. A descaracterização do equipamento público gerou críticas de entidades esportivas.
A obra foi realizada por uma empresa que realizaria um evento de automobilismo no local. A competição seria da modalidade drift, em que os veículos deslizam de lado nas curvas. A companhia compartilhou nas redes sociais um vídeo de uma máquina retirando o piso da estrutura, alegando que o processo fazia parte da preparação para a corrida.
As imagens da destruição viralizaram nas redes sociais e geraram críticas. Na manhã desta quinta-feira (15), a Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo cancelou o aluguel do espaço.
A pista é um dos principais palcos do atletismo brasileiro e estava fechada desde 2020. A remoção recebeu críticas da Federação Paulista e da Confederação Brasileira de Atletismo.
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A Confederação Brasileira de Atletismo disse que ficou perplexa e indignada com o anúncio do evento e que teme pela estrutura feita para receber pessoas e não carros. Em nota, a entidade disse que "O Ibirapuera é considerado o templo do atletismo paulista, palco de grandes competições nacionais e internacionais com a presença de campeões olímpicos e mundiais e a expectativa da comunidade atlética sempre foi ver o espaço reformado".
A Secretária Estadual de Esportes divulgou uma nota em que reitera o compromisso com a reforma e diz ter convidado a Confederação Brasileira de Atletismo e a Federação Paulista de Atletismo para discutir o projeto. Ela concluiu que a revitalização da pista de atletismo é prioridade deste projeto, uma vez que a modalidade é e continuará sendo protagonista desse equipamento público, mas não deu prazo para a reforma começar.
Em nota oficial, a Ultimate Drift BR disse que não vê motivos para que mais de um esporte não possa ser realizado no mesmo local. A organização também alegou que arcou com os custos da retirada do piso de borracha que estaria inapropriado para o uso e o nivelamento do piso de baixo.
A empresa ainda afirmou que as obras vão economizar recursos do poder público em uma eventual troca do piso da pista e que se sentiu surpresa com os posicionamentos contra o evento. A Ultimate informou que busca junto à Secretaria de Esportes a realocação do evento.
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