Após ficar uma temporada inteira sem competir, Rafael Brandão voltará aos palcos de fisiculturismo neste final de semana. O maior nome da história do Brasil na categoria open (nesta divisão, não há limite de peso, portanto, é a classe onde estão os atletas mais musculosos) participará do Arnold Classic Ohio, representando o time da Probiótica, e promete surpreender os fãs com sua evolução.

"Sei que lá estarão dois dos três melhores atletas do mundo atualmente, mas nunca entro em uma preparação pensando no segundo lugar. Sempre penso que eu posso ganhar, independentemente do adversário que eu vou enfrentar", diz o fisiculturista em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura.

Brandão competirá contra Hadi Choopan e Samson Dauda, que ficaram, respectivamente, em segundo e em terceiro lugar na última edição do Olympia (competição mais difícil e importante do mundo, a “Copa do Mundo” desse esporte). O brasileiro pegou a décima colocação em 2022, quando estreou no palco mais aclamado do fisiculturismo mundial.

Apesar da distância entre eles no último campeonato em que se enfrentaram, Brandão acredita que pode entrar na disputa: "acredito que eu tenho um físico mais equilibrado do que o deles. Consigo chegar com um condicionamento bom e agora adicionei volume".

"O Samson é um atleta muito grande, mas nós não vemos ele chegar (nas competições) extremamente seco. Se ele secar de verdade, ele continuará sendo esse cara tão grande?", questiona o brasileiro. "O Hadi, apesar de ser baixo, consegue carregar muita massa muscular. Ele também tem uma condição muito boa. Mas eu acredito que ele não tem um físico tão bonito de se ver. Eu quero trazer (ao público e aos árbitros) uma combinação entre estética e volume, que é o que chamam de 'mass with class' nos Estados Unidos", completa.

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A expectativa de Brandão e de sua equipe é de que o fisiculturista consiga subir no palco com cerca de 5kg a mais do que tinha em sua última competição, um salto que dificilmente é visto em atletas experientes em apenas uma temporada. À reportagem, o atleta explica que a mudança drástica se deu após a chegada de Neil Hill, que é seu preparador desde o ano passado.

"Sempre competi todos os anos. Eram quatro ou cinco competições por ano. Quando comecei o trabalho com ele, definimos que eu não competiria em 2023 para poder fazer um off season (termo usado pelos atletas para se referir ao período no qual eles não competem. Nessa época, a ingestão calórica sobe para que haja uma maior construção de massa muscular) e adicionar no meu físico o volume que precisava (a maior crítica dos especialistas, até então, era de que Brandão ficava "pequeno" em comparação a outros atletas)", conta.

Brandão pode fazer história no próximo sábado (2). Isso porque nenhum brasileiro conseguiu vencer o Arnold Classic Ohio na categoria open, a mais importante dentre as divisões masculinas. Perguntado sobre o assunto, ele destaca um fato curioso: "no dia 2 de março de 2014, fiz minha estreia como atleta amador. No dia 2 de março de 2024, exatamente 10 anos depois, acontecerão as finais do Arnold Classic. Eu entendo isso como uma espécie de 'sinal positivo' e acredito que esse título pode chegar agora".

Tido como a segunda competição mais importante do circuito profissional, o Arnold Classic homenageia Arnold Schwarzenegger, maior nome da história do fisiculturismo. Há diversos campeonato que levam o mesmo nome, como por exemplo o Arnold Classic South America e o Arnold Classic Australia. A edição de Ohio, nos Estados Unidos, tem o maior peso dentre todas elas.