Neste sábado (18), Nelson Mandela completaria seu 102º aniversário. O ex-presidente da África do Sul foi uma das principais figuras na luta contra o racismo e a segregação racial, além de ter sido um dos mais importantes atuantes na garantia dos direitos humanos do século XX.
Trajetória
Nelson Mandela nasceu em Mvezo, uma vila na África do Sul, em 18 de julho de 1918. Aos nove anos, seu pai morre e Mandela é enviado para a vila de Mqhekezweni, aos cuidados de Jongintaba Dalindyebo, uma parente da família que tinha condições de zelar pela vida e a educação de Nelson Mandela.
Ele ingressou na faculdade de direito em 1939, na Universidade de Fort Hare, a primeira a ministrar cursos para negros na África do Sul. Ele é expulso depois de liderar protestos junto ao movimento estudantil, contra a falta de democracia racial na instituição. Mesmo assim, ele continuou os estudos, mas por correspondência. Em 1943, ainda concluiu o bacharelado em artes pela Universidade da África do Sul.
Um ano depois, Nelson Mandela se torna membro do Congresso Nacional Africano (CNA) e trabalhou ativamente para abolir as políticas do Apartheid do Partido Nacional. O Apartheid foi um movimento que, apoiado nas ideias de superioridade racial do branco, instituiu em leis a segregação racial na sociedade: era proibido o casamento inter-racial, brancos e negros viviam em áreas separadas, frequentando escolas, hospitais e praças diferentes. Essa divisão racial, somado a falta de direitos políticos e civis aos negros, resultou numa série de massacres sofridos por esta população.
Mandela foi um dos ativistas a se manifestar fortemente contra o Apartheid. Em 1944, ao lado dos também revolucionários Walter Sisulo e Oliver Tambo, fundou a Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA), que se tornou o principal instrumento de representação política dos negros na África do Sul.
A partir dos anos 60, diversos líderes negros foram perseguidos, presos, torturados, assassinados ou condenados. Mandela foi preso em 1964 e condenado à prisão perpétua por ser contra o regime e motivar manifestações na população.
Na década de 80, devido ao aumento da violência praticada nos atos contra o Apartheid, além da comunidade internacional estar pressionando o governo sul-africano para uma mudança política, através de sanções e boicotes, o presidente da África do Sul, Frederick de Klerk, evitando uma guerra civil, aprova o fim do regime. No dia 11 de fevereiro de 1990, depois de 26 anos preso, Nelson Mandela é libertado.
Nelson Mandela depois de ser libertado da prisão, ao lado de Winnie, sua esposa na época. Foto: Reprodução
Três anos depois, Nelson Mandela e o presidente assinam uma nova Constituição sul-africana, pondo fim a mais de 300 anos de dominação política da minoria branca, abrindo o país para uma democracia multirracial. No mesmo ano, Nelson Mandela e o presidente Frederick de Klerk recebem o Prêmio Nobel da Paz, pela luta em busca dos direitos civis e humanos na África do Sul.
No ano seguinte, em 1994, Mandela é o primeiro presidente negro do país, sendo também o primeiro a ser eleito democraticamente. Governou até 1999, com maioria de seu governo no parlamento, e aprovando leis importantes em favor dos negros no país.
Nelson Mandela e o ex-presidente Frederick de Klerk recebem o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Foto: Reprodução
Ele conquistou respeito internacional pela sua defesa na reconciliação da África do Sul em âmbito interno e externo. Em 2006, foi premiado pela Anistia Internacional por sua luta em favor dos direitos humanos.
Nelson Mandela faleceu em Joanesburgo, África do Sul, no dia 5 de dezembro de 2013, deixando uma história cheia de luta, força e vitória que inspiram movimentos negros e em prol dos direitos humanos em todos os países.
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