Nesta terça-feira (11), o presidente russo Vladimir Putin anunciou que a Rússia é o primeiro país do mundo a registrar uma nova vacina contra o coronavírus. Porém, a rapidez com que a vacina foi desenvolvida preocupa cientistas, colocando em questão sua eficácia.
Em 31 de julho, a OMS fez um pronunciamento sobre as vacinas contra a Covid-19 que estão em desenvolvimento no mundo. A vacina russa ainda estava na fase 1 de testagem, e são necessárias 3 etapas para comprovar a imunização.
Segundo a OMS, em nota divulgada nesta manhã, a Rússia não precisa de aprovação da entidade para registrar a vacina. Entretanto, solicita acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficácia e segurança da imunização.
Ainda de acordo com a OMS, no mundo todo estão sendo desenvolvidas e pesquisadas 165 vacinas contra a Covid-19. Cinco das imunizações estão na fase 3, a última, dos testes com humanos.
A vacina russa leva o nome de Sputnik V, em referência à Corrida Espacial da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. O Sputnik I foi o primeiro satélite a orbitar a Terra, lançado em 1957 pelos soviéticos.
O quê se sabe até o momento
Os testes começaram em 18 de junho, com um grupo de 18 voluntários. Cinco dias depois, em 23 de junho, outras 20 pessoas receberam a mesma dose.
Em julho, a Rússia anunciou que a vacina provocou a produção de anticorpos na primeira fase de testes. Dias depois, a Universidade Sechenov, em Moscou, informou que outra versão da mesma vacina estava sendo testada em 38 voluntários em um hospital militar da capital.
Contudo, a Rússia não publicou quaisquer estudos ou dado científico sobre os testes realizados. De acordo com Putin, a vacina possui eficácia e passou por todos os testes necessários para garantir a imunização. O presidente acrescentou ainda que uma de suas filhas já tomou a vacina.
Segundo o Ministério da Saúde da Rússia, após passar pelo registro e produção em massa, a vacinação deve começar em outubro de forma gratuita. Primeiro serão vacinadas as pessoas do chamado grupo especial, formado por médicos, professores e todos aqueles que ficam em contato constante com um grande número de pessoas.
A imunização foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya junto ao Ministério da Defesa da Rússia. Até o momento, três empresas russas vão começar a produção comercial da vacina a partir de setembro.
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