Um trabalho realizado pela agência de checagem de informações Aos Fatos analisou o discurso feito por Jair Bolsonaro na 75ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na última terça-feira (22). De acordo com a agência, 11 das afirmações feitas pelo presidente são falsas.
Ainda, entre os 37 pontos analisados, apenas 9 foram classificados como verdadeiros, e as demais como informações contraditórias, imprecisas, exageradas e insustentáveis.
Acompanhe alguns pontos que geraram polêmica:
No início do discurso, ao falar sobre o início do combate à pandemia da Covid-19 no Brasil, a checagem detectou informação falsa quando o presidente afirmou que, por decisão judicial, haviam sido delegadas aos governadores dos estados as medidas de isolamento e restrições de liberdade e que, ao presidente, coube apenas o envio de recursos. A decisão do Supremo a qual Bolsonaro se refere diz que o Governo Federal deveria respeitar a autonomia de estados e municípios quanto às medidas de isolamento, mas que o dever de combater a pandemia era compartilhado entre todas as instâncias do poder público.
Uma das informações classificadas como exageradas foi a de que o valor do auxílio emergencial, por pessoa, teria sido de $1.000, quantia que corresponderia a R$5.400. A soma real das 5 parcelas do auxílio é de R$4.200.
Foi classificada como verdadeira a informação sobre o investimento de R$400 milhões na vacina contra a Covid-19 da Universidade de Oxford, em parceria com a Fiocruz.
Durante o discurso, em um dos pontos mais polêmicos, Bolsonaro disse que os focos de incêndio estão sendo combatidos de forma rigorosa na Amazônia. Contudo, o número de autuações aplicadas pelo Ibama caiu em 34%. Foi falsa também a afirmação de que as queimadas no Pantanal seriam consequências inevitáveis da alta temperatura do local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição. De acordo com Aos Fatos, a principal hipótese das investigações é de incêndio criminoso, fato omitido pelo presidente, que também omitiu que os focos registrados em 2020 são os maiores desde 1998.
Sobre a campanha 'Pare de Financiar Bolsonaro', feita por lideranças indígenas e ONGs nacionais e estrangeiras, o presidente falou em interesses escusos e objetivo de prejudicar o governo. Contudo, não existem indícios para tal afirmação. A campanha promove um boicote à produtos brasileiros em resposta à gestão de Bolsonaro diante do avanço das queimadas no Brasil.
Assista à matéria do Jornal da Tarde:
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