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Pandemia, quarentena e mudanças na rotina. Compreender os impactos na saúde mental da população é o objetivo de uma pesquisa inédita, realizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), intitulada "Fatores comportamentais e experiências vivenciadas durante a pandemia da Covid-19". Para falar sobre o assunto, o Jornal da Tarde entrevistou o coordenador do trabalho e diretor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSCar, Julio Camargo.

"Essa pesquisa é desenvolvida com uma equipe grande de dez pesquisadores, que trabalham comigo e a gente levou em conta, assim, o que a gente chama de fatores comportamentais, que estão ligados a como as pessoas reagem a essa situação de pandemia. Então, como as pessoas encararam essa situação, a partir desses fatores comportamentais. E a gente vai vendo como isso também está relacionado, por exemplo, à visão que as pessoas tiveram às medidas de proteção mais restritivas", explicou o pesquisador. "Tudo isso a gente está levando em conta, com base em outras pesquisas anteriores fora do contexto da pandemia, mas a gente vê que tem muitos processos comportamentais semelhantes acontecendo agora."

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Segundo Camargo, a pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças na rotina de toda a população e exigiu adaptações por parte de pais, filhos, trabalhadores e empregadores. Com isso, os especialistas avaliam que os impactos da quarentena serão mantidos mesmo após a retomada das atividades habituais.

"Como as pessoas ficaram muito tempo isoladas, acho que a gente vai ter um efeito desse isolamento, né? Até para as pessoas retomarem esses contato sociais, retomarem um pouco do que é a rotina da pré-pandemia, uma nova rotina normal. Há todas as questões de segurança envolvidas, como você lida com essa situação de voltar ao trabalho, não é exatamente voltar a uma mesma situação de trabalho que era antes da pandemia, né? Tem uma nova realidade agora", afirmou Camargo.

Um levantamento divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (5) revelou que os serviços de saúde mental diminuíram durante a pandemia em todo o mundo, momento em que as pessoas precisam ainda mais de um acompanhamento psicológico.

"A gente tem sim diminuição desse serviço presencial. Por causa da pandemia, há a dificuldade de você atender as pessoas presencialmente e os riscos que têm envolvidos, mas a gente tem serviço online, a possibilidade de serviço online, de acompanhar por meio das redes sociais também, de ter dicas sobre como a gente supera um pouco disso, o contato com outras pessoas. Isso tudo vai ajudar as pessoas a superarem. Então, pra quem pode, acho que é importante estar procurando essa ajuda."

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Para participar da pesquisa da UFSCar, é preciso que o voluntário tenha 18 anos completos e resida no Brasil. O levantamento é feito de forma online, por meio de um questionário.