O Chile conquistou a democracia num Plebiscito em 1988. Nas urnas, os chilenos disseram não à continuidade da ditadura de Augusto Piñochet. Em 11 de março de 1990, o ditador entregava o cargo ao primeiro governo civil eleito pelo voto direto em duas décadas.
Mas a volta à democracia não trouxe toda a alegria prometida pela campanha do "No", naquele plebiscito de 88. A Constituição de 1980 impediu avanços significativos no combate á desigualdade e à proteção de direitos.
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A vontade de superar um regime que deixou mais de 40 mil mortos por agentes do estado, entre eles mais de três mil desaparecidos, falou mais alto. Os governos civis que se sucederam até 2010, eram formados por integrantes da chamada Concertación, uma coalisão de partidos que fizeram oposição à Ditadura.
A eleição de Sebastián Piñera para seu primeiro mandato, em 2010, levou os partidos conservadores de volta ao Palácio da Moneda pela primeira vez. Depois de uma alternância com Michelle Bachelet, primeira mulher a presidir o país, Piñera voltou à presidência em 2018. Um ano e meio depois da posse, recebeu a conta acumulada pelos governos democráticos, a raiva e frustração dos que cansaram de esperar pela alegria prometida para os tempos de retorno à democracia.
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