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O novo estudo do King's College London, do Reino Unido, estima que uma a cada 20 pessoas infectadas pelo novo coronavírus sofra com sintomas por, pelo menos, oito semanas. É a "síndrome do pós-Covid" ou "Covid longo". 

Os pesquisadores analisaram mais de 4 mil usuários de um aplicativo britânico, em que pessoas inserem sintomas e resultados de testes, que são compartilhados com a universidade e com o sistema de saúde pública. A principal descoberta foi: mulheres entre 50 e 60 anos correm mais risco de desenvolver a Covid-19 persistente. 

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"O que a gente vê é que os homens, em geral, acabam tendo um quadro clínico mais grave, eles hospitalizam mais e eles morrem mais. Em compensação, quando a gente analisa essa Covid-19 mais longa, isso não tem a ver com a gravidade, tem a ver com o fato de ser do sexo feminino. Eventualmente, o que está se falando é quando você tem uma sintomatologia mais expressiva na primeira semana da doença. Isso não tem a ver com a gravidade", explicou Rosana Richtmann, infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana. 

O fator idade é determinante. A Covid-19 persistente afeta 10% dos pacientes sintomáticos entre 18 e 49 anos, subindo para 22% para quem tem mais de 70 anos. O peso também tem papel importante. O risco do "Covid longo" aumenta em pessoas com sobrepeso ou que sofrem de asma. 

"Os sintomas que mais persistem são cansaço, falta de ar, tosse, perda do paladar e da capacidade de sentir os cheiros", afirmou Marcelo Otsuka, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia.

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A persistência dos sintomas não significa necessariamente que o paciente continua transmitindo a doença. A "síndrome pós-Covid" está relacionada com sequelas que essas pessoas tiveram, especialmente por causa do comprometimento respiratório e da inflamação generalizada que a doença causa. 

"O que nós estamos tentando fazer é tranquilizar o paciente, é fazer fisioterapia, é tentar melhorar também a saúde emocional desses pacientes, a gente tem visto uma sequela emocional muito importante pós-Covid, as pessoas realmente se abalaram muito emocionalmente. Essa parte emocional, eu diria que também deve ter uma influência grande nessa 'síndrome pós-Covid'. Então, a gente está tentando melhorar tudo isso, para de fato ver se isso vai permanecer por um tempo mais longo ou se é uma coisa temporária", explicou Rosana.