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Um funcionário postal dos Estados Unidos que denunciou suposta fraude eleitoral na Pensilvânia voltou atrás e admitiu que a alegação era falsa, segundo o jornal The Washington Post. Depois da reportagem, porém, em um vídeo no YouTube, ele negou as informações publicadas e reafirmou sua versão inicial. 

Richard Hopkins, trabalhador do Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS), afirmou que ouviu um supervisor instruindo a equipe a alterar datas em cédulas de votação na cidade de Erie, Pensilvânia. 

O estado, que foi decisivo para a projeção da vitória de Joe Biden nas urnas, aceita votos pelo correio desde que as cédulas tenham sido enviadas antes do dia da eleição (3 de novembro). A implicação da denúncia é de que a mudança nas datas resultaria na contagem de votos que seriam inválidos, ampliando a vantagem de Biden. 

Leia também: Biden promete transição pacífica e advogado de Trump diz ter evidências de fraudes nas eleições

A história passou a circular pelas redes sociais e foi impulsionada também pelo presidente Donald Trump e pelo senador republicano Lindsey Graham, que pediu uma investigação oficial sobre o caso.

Questionado por investigadores do Serviço Postal, porém, Hopkins admitiu que a denúncia era falsa. De acordo com três oficiais que deram entrevista ao Washington Post, o homem assinou um depoimento juramentado (conhecido como affidavit) no qual afirma que inventou as alegações. 

O supervisor postal da cidade, Rob Weisenbach, fez um pronunciamento pelo Facebook sem citar o nome de Hopkins, mas afirmou que as denúncias são infundadas. "As alegações feitas contra mim e os Correios de Erie são 100% falsas e foram feitas por um funcionário que já enfrentou ações disciplinares diversas vezes. Os Correios de Erie não adulteraram a data em nenhuma cédula", escreveu.

Procurado pelo Washington Post e o jornal New York Times, Richard Hopkins não respondeu aos pedidos de entrevista. Em um vídeo postado no YouTube após a publicação da primeira reportagem, porém, ele afirmou que mantém a acusação. "Dizem que eu inventei as alegações de adulteração de cédulas. Eu não voltei atrás. Não foi o que aconteceu", afirmou.  

Em entrevista ao New York Times, o representante do Conselho Eleitoral do condado de Erie, Carl Anderson III, afirmou que cerca de 130 cédulas chegaram após a data da eleição entre os mais de 135 mil votos registrados no local.

A denúncia inicial de Hopkins e a aparente mudança de versões foram repercutidas pelas contas oficiais do Project Veritas nas redes sociais, um grupo de ativistas alinhados à direita e apontado por especialistas como parte de uma campanha de desinformação na internet. 

De acordo com um estudo publicado em setembro pelo Observatório da Internet da Universidade de Stanford em parceria com pesquisadores da Universidade de Washington, o grupo foi responsável por um vídeo que circulou na rede de apoiadores de Trump com informações falsas sobre o sistema eleitoral. 

"O vídeo fez diversas alegações falsificáveis que foram derrubadas por reportagens ou que não têm nenhuma base factual. Como o vídeo questiona a integridade da eleição usando informações imprecisas ou que induzem ao erro, determinamos que ele pode ser considerado uma forma de desinformação eleitoral", diz o relatório da pesquisa.

Entenda a polêmica

A votação pelos correios está no centro das acusações de suposta fraude eleitoral levantadas pelo presidente Donald Trump e seus aliados no partido Republicano. Em razão da pandemia de Covid-19, o país teve número recorde de votos postais, dos quais a maioria favoreceu o candidato democrata. 

Em estados-chave, como Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, a contagem começou pelos votos presenciais e mostrou vantagem inicial de Trump (fenômeno chamado pelos especialistas de red mirage, uma "miragem vermelha"), mas a apuração tardia das cédulas enviadas pelo correio virou o placar para Biden. Para Trump e seus apoiadores, a virada "milagrosa" levantou suspeitas.