Documentos revelam que o governo federal facilitou a exportação de madeira extraída ilegalmente. Nesta terça-feira (17), durante cúpula virtual do Brics, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que divulgará "nos próximos dias" a lista de países que têm criticado o desmatamento na Amazônia, mas que importam madeira ilegal do Brasil.
"Revelaremos nos próximos dias o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa através da imensidão que é a região amazônica, porque daí, sim, estaremos mostrando que estes países, alguns deles que muito nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão", declarou.
Uma ação na Justiça movida em junho pelo Greenpeace Brasil, o Instituto Socioambiental e a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) contra a decisão do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, aponta que houve a flexibilização das normas para exportação de madeira brasileira. O arquivo foi divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
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A decisão foi tomada a pedido de madeireiras do Pará que queriam exportar utilizando apenas o Documento de Origem Florestal (DOF), produzido pelas próprias empresas. A justificativa foi a de que elas estariam deixando de fazer vendas, devido às burocracias em torno da exportação de madeira legal.
Em março, o presidente do Ibama suspendeu os efeitos de uma instrução normativa, contrariando laudos técnicos da Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFIo). Com isso, as entidades alegam que o instituto e o governo federal permitiram a flexibilização da fiscalização ambiental referente à exportação de madeira retiradas das florestas brasileiras.
Em resposta ao G1, Bim defendeu a suspensão da instrução normativa, mas reforçou que as regras de fiscalização não foram enfraquecidas.
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