Ipê, árvore símbolo do Brasil, sai de lista internacional de proteção de espécies ameaçadas
Com a nova medida, a espécie que tem uma das madeiras mais cobiçadas no exterior, poderá ser vendida sem restrição ou proteção
27/11/2020 11h11
Por causa da crescente exploração e venda ilegal, o Ipê estava numa lista de espécies ameaçadas da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora. A Convenção é um acordo assinado pelo Brasil em 1973 e que reúne 183 países com o objetivo de monitorar o comércio de animais e plantas silvestres no mundo para que ele não ponha em risco a sobrevivência das espécies. Outras árvores brasileiras ameaçadas de extinção, como o Mogno e o Pau-Brasil já estão nessa lista.
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Em agosto do ano passado, o Governo brasileiro pediu para que a Convenção retirasse a espécie da lista, apesar dos alertas de técnicos para preservar o Ipê. Com isso, ele pode ser vendido como uma espécie comum, sem restrições e sem proteção.
Antes, a madeira nativa só podia ser exportada com uma autorização emitida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de acordo com um instrução normativa de 2011, uma medida para combater a exploração ilegal.
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O setor madeireiro exigia que as toras pudessem ir para o exterior apenas com o documento de origem florestal , preenchido pelos próprios madeireiros e que serve para permitir o transporte até o porto.
Mesmo com a proibição anterior, o Ipê já era explorado de forma ilegal. Agora entidades ambientalistas afirmam que a medida pode, além de extinguir a espécie, colocar outras árvores nativas em risco. Como já aconteceu com a Araucária, no sul do país, a Peroba Rosa em São Paulo, o Jacarandá na Bahia e o Pau Brasil, hoje tão raro de encontrar em território brasileiro.
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