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"Querem transformar meu filho em demônio", diz mãe de Miguel, criança que morreu após cair de um prédio em Recife

Na primeira audiência foram ouvidas testemunhas de defesa; a acusada Sarí Côrte Real não chegou a depor


04/12/2020 20h37

Nesta quinta (3), aconteceu a primeira audiência do caso Miguel Otávio, a criança de cinco anos que morreu após cair do 9º andar de um edifício de luxo em Recife. Foram ouvidas testemunhas de defesa, mas a acusada Sarí Côrte Real não chegou a depor. Uma nova data será marcada.

Durante a coletiva de imprensa, Dr. Rodrigo Almeida, advogado de Mirtes Renata Santana, mãe do menino, declarou que ocorreu durante a audiência "uma infantilização da acusada e adultização da vítima".

“Tenta-se criar ao redor da estrutura de Miguel, uma criança de cinco anos de idade, uma capacidade de autogestão, de autodeterminação, fruto de uma estrutura de criança desobediente e incompatível com o que se deveria esperar de uma criança”, afirma Rodrigo.

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Segundo ele, até o momento não existe uma sentença, ou expectativa sobre ela. Além disso, em sua opinião, talvez a sentença saia no primeiro semestre de 2021, mas isso não possui nenhuma confirmação.

Dr. Eliel Silva, assistente de acusação no caso pelo Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP) questiona a valorização e proteção das crianças negras em específico. “Quais são as crianças que queremos proteger? Quais são as crianças valorizadas e acolhidas no Brasil?”.

Mônica Oliveira, representante da Articulação Negra de Pernambuco, declara que a morte de Miguel, nas condições em que ocorreu, é um exemplo explícito da forma que o racismo opera na vida negra, especialmente na vida das mulheres negras, expondo a situação ao qual Mirtes vem passando desde o ocorrido com seu filho.

Na abertura de sua fala, Mirtes Renata, relata ter sido um dia bem difícil e exaustivo, mas apesar disso, declara que irá continuar firme e forte.

“Querem transformar meu filho em um demônio, meu filho era apenas uma criança de cinco anos, saudável e educado e na audiência de hoje, queriam o transformar na pior criança do mundo”, expõe.

Segundo ela, ficou claro que “só porque Miguel era filho da empregada ele não tinha direito ao cuidado, ele não teria o direito de ser criança e de ser protegido, isso ficou explícito”, conta Mirtes.

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