A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu relatórios visando ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro no processo das 'rachadinhas', aponta reportagem da coluna de Guilherme Amado para a Revista Época, divulgada nesta sexta-feira (11).
Segundo a coluna, pelo menos dois relatórios tinham o intuito de conduzir os advogados do filho do presidente da República, os ajudando a encontrar falhas na atuação da Receita Federal que poderiam dar fim às investigações. Essas 'falhas' consistiriam em uma suposta divulgação de dados sigilosos por funcionários do órgão ao Conselho de Controle de Atividades Econômicas (Coaf). Dados esses que, por sua vez, possibilitaram o início do processo, popularmente conhecido como Caso Queiroz.
Em um dos documentos, estaria descrita a 'finalidade' de “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”. Eles teriam sido enviados à Flávio Bolsonaro por WhatsApp, que teria os repassado a seus advogados.
Ainda no documento que cita 'Defender FB', estaria sugerida a troca de servidores da Receita Federal como forma de solucionar o caso, reforçando que a recomendação já havia sido feita no ano de 2019.
Em novembro, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, enviou uma notícia-crime à Procuradoria Geral da República contra Jair Bolsonaro, visando esclarecer o envolvimento do presidente na defesa de seu filho. Isso porque a movimentação da Abin teria começado após reunião de Flávio Bolsonaro com Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, diretor do órgão, e Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, na qual o senador apresentou estratégia formulada por seus advogados.
Entenda o caso
O filho do presidente Jair Bolsonaro foi denunciado no dia 4 de novembro pelo MPRJ. A acusação é de desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Para o órgão, Flávio era o líder, na época em que foi deputado estadual, de uma organização criminosa que coletava parte dos salários de funcionários do parlamentar.
Também foram denunciados Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, e outros 15 investigados. O filho do presidente responderá por de lavagem de dinheiro, peculato, organização criminosa e apropriação indébita no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
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