Em embate sobre vacina, Doria afirma que "temos assistido a novos exemplos do negacionismo do governo federal"

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), respondeu, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14), às críticas feitas com relação à corrida pelo início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

"Temos assistido, nos últimos dias, a novos exemplos do negacionismo do governo federal e de extremistas também. Infelizmente, aqueles que até há pouco tempo menosprezavam o vírus, classificando como 'gripezinha', 'resfriadozinho', agora, passaram a criticar o esforço para vacinação dos brasileiros. São os mesmos que imaginavam que iriam resolver e sanar essas gravíssima crise de saúde do País com a cloroquina ou, até mesmo, com o 'histórico de atleta'", afirmou o governador.

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Relembrando que o Brasil ultrapassou a marca de 181 mil mortos e 6,9 milhões de infectados pela Covid-19, Doria declarou haver urgência para que a imunização tenha início no País. 

"Há uma semana, assistimos ao início da vacinação no Reino Unido. Hoje, os Estados Unidos da América começaram a vacinar a sua população. E o governo brasileiro? O governo brasileiro ainda não tem um Programa Nacional de Imunização com todas as vacinas disponíveis. [...] E o governo brasileiro não tem sequer a data para começar a vacinação."

"O Brasil quer menos política e mais vacina. Os brasileiros querem agilidade, querem as vacinas, querem a sua proteção e não aguentam mais viver em meio a uma pandemia, que mata, hoje, mais de 600 brasileiros por dia. O governo federal precisa correr pela vida. Por que insistir no marasmo? Por que insistir em uma discussão política-ideológica? A quem interessa essa lentidão que leva a vida de mais de 600 brasileiros todos os dias? Por que não iniciar a vacinação em janeiro, em vez de iniciar em março, como propôs o Ministério da Saúde recentemente? A nossa recomendação é para que o Ministério da Saúde e o Palácio do Planalto acreditem nos cientistas, nos médicos, na ciência e na vida e comecem a vacinar os brasileiros agora em janeiro. Parem de menosprezar os mortos pela pandemia, respeitem a vida e respeitem também a memória daqueles que se foram", completou o governador. 

Neste domingo (13), o Ministério da Saúde divulgou um vídeo em que o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, aparece afirmando que seria "irresponsável" divulgar datas do Plano Nacional de Imunização (PNI) e criticando Doria por pressionar a pasta para tanto. 

 "Senhor João Doria, não brinque com a esperança de milhares de brasileiros. Não venda sonhos que não possa cumprir, prometendo vacinação com um produto que sequer possui registro nem autorização para uso emergencial", afirmou.

As declarações foram feitas antes que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), desse 48 horas de prazo para que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informe a previsão de data de início e término do PNI contra a Covid-19.