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O começo de 2021 carrega uma grande expectativa em relação à vacina contra a Covid-19 e questionamentos existências feitos nos últimos meses, em decorrência da pandemia.

Diante deste cenário, algumas filosofias africanas podem ajudar a encarar o que vem pela frente neste novo ano.

A professora pós-doutora em filosofia africana Aza Njeri explica que, de maneira geral, os conhecimentos africanos, gerados no continente e também fora dele, têm uma característica cíclica. O que implica em uma responsabilidade daqueles que vivem o agora, com as gerações que estão por vir.

“Temos que pensar na filosofia chamada Sankofa, que é aquele pássaro que viaja para o passado para buscar as pedras do ontem, trazer para o presente e plantar o amanhã. Ou seja, nesse movimento do ontem, essas pedras são as experiências dos nossos ancestrais." diz Aza.

A pós-doutora também faz uma provocação. "O que será que vai ser quando os ancestrais do tempo futuro fizerem o movimento de Sankofa para o nosso tempo? Que pedras nós vamos conseguir entregar?”

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Em um ano que foi preciso uma mobilização coletiva para garantir a segurança de todos, como a prática do isolamento social e a utilização de máscaras em locais públicos, muitos flagrantes de individualismo também aconteceram. Para a especialista em filosofia africana, a união dos indivíduos em situações adversas já significava uma maior possibilidade de triunfo coletivo na época da chegada dos africanos escravizados à América.

“A filosofia umbuntu, manifesta em terreiros de candomblé afro-brasileiros, vem pro Brasil nos navios negreiros e se transforma num valor de resistência e possibilidade de sobrevivência para os africanos. Ao chegarem nas Américas, os negros precisaram entender que, em coletivo, conseguia-se uma força maior para que a humanidade não fosse mais tão negociada", completa.

Veja mais sobre o assunto na entrevista que foi ao ar esta sexta (1) no Jornal da Tarde.