A cada dia que passa, a pandemia da Covid-19 se agrava cada vez mais em Manaus. Nesta quinta-feira (14), diversas denúncias de falta de oxigênio nos hospitais da cidade começaram a aparecer nas redes sociais. Familiares de pacientes informaram que o problema está acontecendo no Hospital Universitário Getúlio Vargas e na Policlínica da Redenção. Muitos estão sendo transferidos para hospitais no Piauí.
Em vídeo que está circulando pelas redes sociais, uma mulher afirma que a Policlínica da Redenção está “em estado deplorável” e, segundo ela, muita gente está morrendo por falta de oxigênio no hospital.
Gente, o oxigênio acabou nos hospitais em Manaus e várias pessoas estão morrendo! Por favor espalhem esse vídeo, isso é desumano pic.twitter.com/vXkxzAszwG
— Garoto do Blog 🗣 (@garotxdoblogofc) January 14, 2021
Em depoimento na coluna de Monica Bergamo, na Folha de São Paulo, o pesquisador Josem Orellana, que trabalha na FioCruz Amazônia, revelou alguns depoimentos que recebeu de profissionais da área da saúde desses hospitais. “Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia. Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes”.
Manaus é um dos municípios do Brasil que mais sofrem com a pandemia do Covid-19. Na última quarta-feira (13), a capital do Amazonas bateu o recorde de sepultamentos da cidade.
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Posicionamento do Hospital Universitário Getúlio Vargas
O site da Cultura entrou em contato com o Hospital Universitário Getúlio Vargas. Em nota, o hospital informou "que tem conhecimento sobre a falta de oxigênio que afeta, não apenas este hospital, mas toda a cidade de Manaus e continua apoiando as ações do Ministério da Saúde, órgão que coordena os esforços de combate à Covid-19 no Estado. Cabe destacar que o HUGV/Ebserh tem contrato vigente de fornecimento de oxigênio e, mesmo estando em contato com a fornecedora e até mesmo outras empresas há dias, o HUGV/Ebserh não recebeu o suficiente para atender a sua demanda".
Ainda no texto, o Hospital afirma que não está medindo esforços para solucionar o problema no menor prazo possível.
Nova Variante
Um dos motivos para a atual situação de Manaus é a nova variante que foi detectada na cidade, a B.1.1.28. Ela foi encontrada em quatro turistas que vieram do Japão para o Brasil e passaram as festas de fim de ano no Amazonas.
Quem afirma isso é o Doutor Felipe Naveca, pesquisador e vice-diretor de Pesquisa e Inovação do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). Mas, segundo ele, esse não é o único fator determinante para o aumento de casos. “Eu não considero que ela seja a única responsável. A gente não tem certeza se a variante está circulando no Amazonas em grande quantidade, ainda é preciso aumentar o número de amostras analisadas”.
Além da nova variante, Naveca ainda cita a diminuição do distanciamento social e o início do período de inverno na cidade, que historicamente, é um período onde vírus costumam circular mais pela região.
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