O romeno Peter Gardosch tinha apenas 13 anos quando os nazistas invadiram a Transilvânia, em 1944. "Fomos deportados para Auschwitz. Minha família inteira foi assassinada lá", conta o sobrevivente em entrevista à Deutsche Welle.
Hoje com 90 anos, Peter relembra os horrores que testemunhou no mais infame campo de concentração da Segunda Guerra Mundial. 27 de janeiro de 2021 marca o aniversário de 76 anos da libertação dos prisioneiros de Auschwitz.
A mãe e a irmã de Peter foram assassinadas nas câmaras de gás assim que chegaram a Auschwitz. Ele só escapou do mesmo destino porque fingiu ser mais velho e foi enviado a um campo de trabalho forçado, do qual ele conseguiu fugir pouco antes do fim da guerra. "Toda essa perseguição, esse ano em Auschwitz, Dachau, Kaufering, de alguma forma me endureceu mentalmente. Eu não conseguia mais reagir como uma pessoa normal", relata.
Mesmo depois de décadas, ele afirma que ainda tem dificuldade para relembrar o passado e compartilhar com sua esposa o trauma que viveu durante a guerra: "É como se isso estivesse enterrado em concreto, em cimento".
Antes da pandemia de Covid-19, Peter dava palestras em escolas relatando sua vivência sob o regime nazista e o antissemitismo que enfrenta até hoje. "É bom que isso seja retratado nas escolas, nos livros de história. Mas não se pode responsabilizar a jovem geração, e a próxima geração, e a geração depois dela. Não se pode. Só se pode dizer: 'não se esqueçam'", completa.
Auschwitz foi o maior entre os campos de concentração e centros de extermínio da Alemanha Nazista. O memorial dedicado às vítimas do complexo estima que mais de 1,1 milhão de pessoas, entre homens, mulheres e crianças, tenham sido mortas no local.
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