A circulação de vídeos que mostram profissionais da saúde supostamente fingindo aplicar a vacina contra a Covid-19 preocupa a população.
Não há comprovação da veracidade das imagens compartilhadas pela internet, mas dois casos acenderam um alerta: um ocorrido em Maceió em janeiro, e outro em Goiânia, nesta quarta (10), resultaram no afastamento dos responsáveis de suas funções. Nos dois casos, os vídeos mostram profissionais fingindo aplicar a vacina e só injetando o imunizante de fato depois da reclamação dos acompanhantes.
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"Fingir que deu uma dose pra vender essa dose no mercado negro, a pessoa não está roubando a vacina. Ela está roubando a vida da pessoa que deveria ser vacinada. Isso tem que ser punido muito fortemente", diz Jorge Kalil, professor-titular de Imunologia da Faculdade de Medicina da USP. Para ele, é improvável que situações desse tipo ocorram de forma generalizada, mas é necessário ficar atento.
A principal recomendação para evitar que isso ocorra é ter atenção aos protocolos de imunização. O profissional de saúde deve mostrar o frasco e lote do imunizante ao paciente e só depois colocar na seringa. Em cada ampola existem várias doses da vacina; na da Pfizer, por exemplo, são seis; a Coronavac, dez. Por isso, é normal retirar o imunizante de uma ampola que já foi usada.
"O paciente chega aqui e, na frente dele, nós aspiramos e ele vai receber sua dose. Uma coisa interessante é que todos os acompanhantes, principalmente dos maiores de 90, estão até saindo do carro pra filmar a gente fazendo a aplicação. É um direito, porque assim a pessoa tem certeza de que foi injetado", conta Marcia Janota, gerente da UBS/AMA da Vila Barbosa, em São Paulo.
Assista à reportagem do Jornal da Tarde:
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