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A chegada da Covid-19 balançou a economia e afetou profundamente empregos como os de trabalhadores domésticos.

Segundo os dados de setembro a novembro de 2020 da PNAD Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o número de trabalhadores da limpeza (4,8 milhões de pessoas) caiu 24,6% (menos 1,6 milhões de pessoas) comparado ao mesmo trimestre de 2019.

A solução das diaristas para não ficarem paradas foi se cadastrar em aplicativos de empresas que terceirizam seus serviços. Tendência que surgiu no Brasil em 2011 com o conceito de ter profissionais da limpeza agenciadas para trabalhar em residências e companhias pequenas.

Segundo José Roberto Campanelli, fundador e diretor da agência Mary Help, pioneira no segmento, de abril do ano passado até fevereiro de 2021, foram feitos 18 mil novos cadastros de profissionais na rede.

De acordo com a diarista Regina (nome fictício), de 37 anos, o valor de cada faxina é menor, mas as contratações são mais rápidas e há segurança de que irá receber um salário no final do mês. Na plataforma em que trabalha há 2 meses, ela recebe R$ 90 por 8 horas trabalhadas. Já o valor pago pelos contratantes diretamente à agência varia de R$ 120 a R$ 185, dependendo da quantidade de horas requisitadas (4/6/8 horas).

Quando a funcionária trabalhava de forma autônoma, recebia R$ 150 por dia. “Optei por pegar as diárias na agência porque não conseguia emprego em lugar nenhum, mesmo mandando o meu currículo”, afirma. “Eu não posso ficar esperando em casa, preciso trabalhar para sustentar meus três filhos”.

Regina passou por treinamento para poder trabalhar na residência dos clientes da agência. Foi orientada a sempre levar sua própria comida para almoço e café, e que não trocasse contatos diretos com os contratantes, uma vez que era prestadora de serviços do aplicativo e não autônoma.

Essa falta de vínculo pessoal entre contratantes e diaristas é um dos motivos citados pelas pessoas - clientes ouvidos pelo site da TV Cultura - para optarem por aplicativos que terceirizam o serviço das faxineiras, mesmo com a economia ainda instável. Segundo a Mary Help, entre abril do ano passado e fevereiro de 2021, o número de cadastrados aumentou 3,6%.

A cabeleireira Luciana Azevedo, de 47 anos, opta pelo serviço terceirizado quando sua diarista não consegue trabalhar em sua casa. "Em vez de chamar outra faxineira por fora que acabo criando vínculo e nem sempre vou contratá-la para limpar, eu prefiro chamar uma diarista pelo aplicativo", comenta.

Outro motivo pelo qual os contratantes escolhem diaristas de agências é pela segurança e transparência que eles sentem das empresas na hora de mandar uma nova funcionária para as suas residências. "A empresa é responsável pelo serviço das diaristas e passa total segurança em colocarmos os profissionais que mandam para dentro de nossas casas", afirma Dária Paz, mediadora no Tribunal de Justiça , de 53 anos.

José Campanelli acredita que o formato de faxina terceirizada veio para ficar. "Sem dúvida a tendência é que as empresas ocupem a cada ano, mais e mais importância no cenário do atendimento de serviços de limpeza", finaliza.

Segundo o economista Fernando Umezú, o setor de empresas de terceirização dos serviços domésticos foi um dos mais afetados positivamente durante a pandemia. "Essa tendência permanecerá no pós pandemia, porque além das questões sanitárias decorrentes da Covid-19, há vantagens trabalhistas para as pessoas que contratam esses serviços", afirma.