Um ano após a chegada da Covid-19, nesta quarta-feira (24), o Brasil ultrapassou a triste marca de 250 mil mortes pela doença, e ainda segue com uma tendência alta de contaminações e número de óbitos.
Em entrevista ao Jornal da Tarde, o médico patologista e professor da faculdade de Medicina da USP, Paulo Saldiva conta como o vírus impactou o sistema de saúde brasileiro e a vida de quem o enfrenta diariamente.
Logo de início, ele destaca que a doença conseguiu colocar o mundo inteiro “de joelhos” entre dois a três meses de sua chegada.
“Achávamos que ele se parecia com o H1N1, mas ele é muito mais agressivo para o pulmão e possui uma capacidade muito maior de se espalhar pelo corpo”, alerta Saldiva.
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O médico expõe que “para nós profissionais de saúde, quando vemos casos graves é um choque de realidade. Esse discurso irresponsável e a negação da realidade me fez sentir isolado”.
Durante a pandemia, deixou de utilizar suas redes sociais por conta dos comentários negativos que recebia de internautas, que acabavam abalando diretamente sua autoestima.
Em sua opinião, a prevenção, triagem e encaminhamento de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) conseguiu “melhorar um pouco a visão que vinha sendo cuidadosamente colocada há alguns anos no Brasil. Nós vamos melhorar, mas talvez não tudo que precisamos”, relata Saldiva.
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