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Pelo sexto ano seguido, Brasil não tem correção da tabela e obriga 10,5 milhões a pagar o Imposto de Renda

Jair Bolsonaro adiou a correção e a isenção do imposto será aplicada apenas para quem recebe até R$ 1.903,98 por mês. População mais pobre é a mais afetada


27/02/2021 11h34

Na próxima segunda-feira (1º) começa o prazo para a declaração do Imposto de Renda (IR) referente ao ano de 2020. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) adiou a correção da tabela de Pessoa Física, fazendo com que mais brasileiros brasileiros paguem impostos este ano. Cerca de 10,5 milhões de pessoas, que estariam isentas, terão que pagar.

A isenção do imposto vale para quem recebe até R$ 1.903,98 por mês. Caso a tabela tivesse sido corrigida pelo presidente, se baseando apenas na inflação, a isenção seria para quem ganha até R$ 4.002,89 por mês.

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Segundo o levantamento do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, a ausência de reajustes ou às correções abaixo da inflação oficial (medida pelo IPCA), causa um acumulo na defasagem na tabela do IR de 113,09% desde 1996 até o ano passado.

A última correção da tabela aconteceu em 2015, ainda no governo Dilma Roussef (PT). Na época, a presidente estabeleceu um reajuste de 5,6%, em média, nas faixas salariais de cálculo do IR. O índice aplicado foi menor do que a inflação daquele ano, 10.67%.

Ainda segundo o Sindicato, o adiamento da correção da tabela de IR vai afetar a população que tem os menores salários. Quem não ganha pouco, e não faria a declaração, passa a pagar imposto. E quem ganha uma faixa salarial mais baixa, e pagaria pouco imposto, vai passar a pagar mais.

Promessa de Campanha

A correção da tabela do IR foi uma promessa da campanha de Bolsonaro. O presidente, em 2018, disse que iria isentar os brasileiros que ganhassem até cinco salários mínimos, que na época representava próximo de R$ 5 mil.

Ele mudou o discurso no final de 2019, antes da pandemia começar. Na época, Bolsonaro disse que faria o reajuste e iria isentar quem ganhasse até R$ 3 mil. Com o coronavírus, a promessa foi adiada para 2022. Mas ele já admitiu que não conseguirá atingir o piso de isenção de R$ 5 mil, como foi prometido.

Dessa maneira, o país chega ao sexto ano sem nenhum reajuste nas faixas salariais de tributação e nas deduções permitidas, como dependentes e educação.

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