Durante a pandemia, os povos indígenas estão entre os mais vulneráveis. Segundo a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), mais de 52 mil nativos se infectaram pelo novo coronavírus. Foram registradas 1.034 mortes.
Em entrevista ao Jornal da Tarde, o fundador do projeto "Vivência na Aldeia" Josimas Ramos falou sobre o enfrentamento da crise sanitária nas aldeias do litoral sul de São Paulo. O projeto surgiu no final de 2012 com a intenção de apoiar as comunidades na construção de nos novos aldeamentos, com o uso de técnicas sustentáveis.
Josimas comenta que a pandemia intensificou a situação de carência vivida pelos povos indígenas. “Notamos que há uma disparidade social quando se trata dos povos originários. As pessoas ficaram em situações muito vulneráveis e houve necessidade do isolamento total, apoio e solidariedade em relação à essas populações”, relata.
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Como se não bastasse a crise causada pela Covid-19, por vezes, índios ainda são alvos de preconceitos por causa da origem. Segundo o fundador do projeto, os ataques são recorrentes. “A gente tem um histórico de ataques a indígenas no Brasil, desde o índio Galdino que foi queimado vivo, até ataques às suas aldeias. Cansamos de ver pessoas atacarem os índios ao caminhar na rua, nem o direito de ir e vir eles conseguem ter de forma pacifica. E isso vem sendo fortemente apoiado pela nossa atual política brasileira, que é a política do ódio ao diferente”, diz.
Josimas completou ao chamar atenção para a necessidade dos sonhos e desejos dos povos originários serem ouvidos para a aplicação de políticas públicas.
É possível efetuar doações para comunidades indígenas através do vivencianaaldeia.org/apoie.
Assista à entrevista completa que foi ao ar no Jornal da Tarde:
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