Fundação Padre Anchieta

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Imagine programar a cafeteira para fazer o café todos os dias pela manhã ou ligar o ar condicionado pelo celular? E acender a luz por um comando de voz? Pois é, o futuro chegou e tudo isso já é possível. Em 2020, durante a pandemia, parte dos brasileiros abriu sua casa para a automação residencial que já era uma tendência mundial.

A analista de suporte técnico Ana Maris Vilaça conta que nos últimos meses começou a pesquisar e investir na tecnologia chamada smart home (casa conectada, em português). Ela, que já fazia uso de assistentes virtuais, viu que era possível ir além e comandar os equipamentos da sua casa por aplicativo de celular e comando de voz.

“Antes da quarentena, eu usava a Alexa para funções básicas, como despertar. Depois disso, eu vi que precisava ocupar minha mente com outra coisa, então comecei a aprender a automatizar”, lembra ela, que não está sozinha nesta descoberta.

Uma das principais empresas do segmento no Brasil, a Positivo Tecnologia viu seu estoque sumir em 2020, menos de um ano depois de chegar ao país. Em apenas dois dias, foram vendidas mais de 45 mil lâmpadas inteligentes, durante uma campanha promocional feita em parceria com a Amazon.

Isso fez com que a marca tivesse um crescimento acelerado da base de clientes em quase 1.500%, faturando R$ 587 milhões a mais que no ano anterior. “A gente tinha se preparado, mas o resultado foi muito maior do que o imaginado”, revela José Ricardo Tobias, responsável pela divisão de Casa Inteligente da marca.

Muito mais que uma mera questão estética, a casa do futuro é uma realidade que proporciona segurança, conforto e praticidade aos moradores. Em alguns casos, essa tecnologia também pode promover economia de energia e, consequentemente, mais dinheiro no bolso.

Hoje são muitas as possibilidades de equipamentos inteligentes. Além da smart TV, que é um dos produtos mais conhecidos, há máquina de lavar, geladeira, ar-condicionado e itens de segurança. Outro produto de destaque é o aspirador de pó robô, que teve alta de 375% em suas vendas no ano passado em relação a 2019.

O que as pessoas mais compram?

Certamente, o produto mais vendido do segmento de casa conectada é a já citada lâmpada. Ela faz parte da categoria de entrada, por onde, na maioria das vezes, os consumidores têm o primeiro contato com a tecnologia smart home, já que o item está presente na imensa maioria dos domicílios brasileiros.

“Embora os primeiros passos sejam bem particulares, pois estamos falando da casa de cada pessoa, parece que a iluminação foi o ponto que o brasileiro escolheu para aderir à casa inteligente”, comenta Tobias.

Na sequência, outra procura que chama a atenção é pelo smart plug, um adaptador que pode ser inserido em qualquer tomada residencial e permite ao usuário controlar o funcionamento dos equipamentos daquela saída de energia. Ele também calcula o consumo de cada aparelho e exibe a informação no celular – além de acabar com o problema de esquecer o ferro de passar ligado.

“A instalação da lâmpada e do plug é muito fácil [basta acoplar no bocal ou na tomada] e, com eles, as pessoas conseguem ter uma experiência robusta de uma casa inteligente, seja pelo comando de voz ou pelo aplicativo”, acrescenta.

E quanto custa essa experiência?

Isso depende do perfil de cada usuário. O custo de uma lâmpada ou tomada inteligente está entre R$ 69 e R$ 100, de acordo com a marca.

Algumas empresas trabalham com kits que incluem lâmpada, tomada e controle universal, um dispositivo que permite a automação de equipamentos comuns, como ventiladores e cafeteiras, por meio do infravermelho. O conjunto da i2GO sai por R$ 279 e o da Positivo, R$ 350, nas respectivas lojas oficiais.

É importante destacar que todos esses itens contam com um ano de garantia. Na hora da compra, é necessário verificar voltagem e amperagem, uma vez que isso pode impactar no uso dos produtos.

Além disso, usuários preferem comprar um alto-falante inteligente, como Amazon Echo ou Google Nest, que custam a partir de R$ 236, para aproveitar os comandos de voz. No entanto, é possível usar o próprio smartphone para acessar tais funções, afinal o Android já vem equipado com o Google Assistente e o iPhone com a Siri.

Ajuda na segurança também?

Muito além das facilidades, o smart home pode contribuir para a proteção das residências. O portfólio de produtos inteligentes de segurança é grande, de fechaduras e centrais de alarme a videporteiros. Tudo com monitoramento em tempo real, pela internet.

O preço de uma fechadura inteligente varia conforme as suas especificações. Um modelo básico, como o Intelbras FD 1000, que tem liberação por senha e travamento automático, é vendido por R$ 539. Já uma versão mais sofisticada com leitura biométrica da Geonav pode custar cerca de R$ 1.200.

Para quem não pode gastar dinheiro e quer monitorar um espaço, dá para aproveitar um smartphone antigo como câmera, instalando aplicativos específicos. O Alfred Home Security Camera ganhou a atenção de mães e pais de pets que passaram a acompanhar o dia dos animais pela tela do celular.

E isso não é modinha, é para o futuro

As possibilidades da casa conectada só devem aumentar nos próximos anos. O conceito por trás disso, chamado de Internet das coisas (IoT sigla em inglês), se refere a tecnologia que interconecta aparelhos de diversos segmentos, inclusive eletrodomésticos, centralizando-os em uma única rede.

Um relatório da Juniper Research prevê que, em 2025, serão mais de 13 bilhões de dispositivos de casa conectada ativos em todo o mundo, espalhados por 50 milhões de lares. A consultoria britânica mostra, ainda, que esse mercado deve movimentar cerca de US$ 230 bilhões nos próximos anos.

Um sinal desta previsão vem das dezenas de grupos de usuários em redes sociais para trocar experiências com este segmento. No Facebook, o grupo “Amazon Alexa Brasil” já conta com mais de 25 mil membros que compartilham dicas diárias de produtos, promoções e personalizações das automações.

Ana está entre os participantes e destaca que essas postagens mostraram a ela as possibilidades do smart home, tornando-a uma entusiasta da tecnologia. Ela diz que já gastou mais do que esperava, mas não se arrepende, pois isso mudou a rotina dela e de seu marido. “Você não precisa ter conhecimento de TI para usar esses sistemas nem precisa automatizar toda a casa de uma vez.

Comece pelo simples, por aquilo que você precisa, pelo que te traz comodidade”, aconselha.

Por outro lado, a indústria já trabalha para criar os “smart spaces”, que são locais com toda a estrutura conectada já pronta. No caso da Positivo, em parceria com a construtora MRV, desenvolve apartamentos inteligentes. “Isso ajuda a popularizar o conceito e a trazer os benefícios, cada vez mais, para o cotidiano do brasileiro. É uma jornada complexa, mas bacana de trilhar”, ressalta Tobias.