A Polícia Federal (PF) intimou a líder indígena Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) para depor em um inquérito sobre difamação aberto a pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai), que acusa a ativista e a entidade de difamarem o governo federal com a web-série "Maracá".
Lançada no ano passado, a web-série denunciou violações de direitos cometidas contra os povos indígenas no contexto da pandemia da Covid-19 - denúncias que foram reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Apib diz que a intimação feita na última segunda-feira (26) mostra que o governo federal tenta criminalizar o movimento indígena em um ato de perseguição política e racista.
"Os discursos carregados de racismo e ódio do Governo Federal estimulam violações contra nossas comunidades e paralisa as ações do Estado que deveriam promover assistência, proteção e garantias de direitos. E agora, o Governo busca intimidar os povos indígenas em uma nítida tentativa de cercear nossa liberdade de expressão, que é a ferramenta mais importante para denunciar as violações de direitos humanos. Atualmente mais da metade dos povos indígenas foram diretamente atingidos pela Covid-19, com mais de 53 mil casos confirmados e 1059 mortos", diz a Apib em comunicado.
"Não irão prender nossos corpos e jamais calarão nossas vozes. Seguiremos lutando pela defesa dos direitos fundamentais dos povos indígenas e pela vida!", finaliza o documento.
Sonia Guajajara se pronunciou sobre a intimação, nesta sexta-feira (30), no Twitter.
O site da TV Cultura entrou em contato com a ativista para maiores esclarecimentos, mas até a publicação desta nota, não obteve retorno.
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