Nesta quinta-feira (13), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo. Ele esteve à frente das negociações com o governo federal para a compra de vacinas contra a Covid-19, quando era presidente da farmacêutica no Brasil.
Segundo Murillo, o primeiro contrato com o governo brasileiro foi assinado em 19 de março de 2021, com a entrega prevista de 100 milhões de doses. No entanto, a Pfizer começou a contatar o governo brasileiro entre maio e junho de 2020, através do Ministério da Saúde.
"Começamos as reuniões em maio e junho. Foram reuniões iniciais e exploratórias. Como resultados, no mês de julho, fornecemos uma expressão de interesse, em que resumimos as condições do processo que a Pfizer estava realizando em todos os países no mundo".
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O gerente-geral da Pfizer na América Latina afirmou que o governo brasileiro não aceitou, entre agosto e setembro do ano passado, contratos oferecidos pela Pfizer que previam 1,5 milhão de doses da vacina ainda em 2020.
"Em 6 de agosto, o ministério manifestou interesse. Em 14 de agosto, a farmacêutica ofereceu a primeira oferta, de 30 milhões de doses e de 70 milhões de doses. O cronograma de entrega era o final de 2020 e início de 2021. Em 26 de agosto, a Pfizer fez uma terceira oferta, com mais doses para o final de 2020", conta Murillo.
"Nossa oferta de agosto tinha uma validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo nem aceitou, nem rejeitou a oferta. [...] Não tivemos resposta positiva, nem negativa", relata o executivo.
Carlos Murillo diz que a Pfizer enviou uma carta em 12 de setembro a Bolsonaro, Mourão, Braga Neto, Pazuello, Paulo Guedes e Nestor Forster (embaixador do Brasil nos Estados Unidos). "As propostas foram todas formalizadas através de documentos enviados ao Ministério da Saúde".
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