Após passar pelos dois piores meses da pandemia da Covid-19, o nível de isolamento no Brasil é o mais baixo registrado desde o início das restrições para conter o vírus. Segundo a pesquisa DataFolha, apenas três em cada dez brasileiros adultos estão totalmente isolados ou saem de casa somente quando inevitável. E desses 30%, apenas 2% alegam não sair de casa sob hipótese alguma.
Os números são bem menores em comparação ao ano passado. Em abril de 2020, início da pandemia e com número de casos e mortes menor em comparação ao atual momento, 72% de brasileiros adultos diziam isolados e sair de casa apenas em momentos inevitáveis. Desse total, 18% não saiam de casa em hipótese alguma.
Porém, 63% dos entrevistados dizem sair de casa para trabalhar e fazer outras atividades tomando todos os cuidados. Também é um índice recorde desde o início da pandemia e um salto em comparação ao mês de março, quando 47% deles alegavam cuidados quando saem de casa.
O DataFolha realizou 2.071 entrevistas presenciais, entre os dias 11 e 12 de maio, em 146 municípios, com brasileiros de 16 anos ou mais, de todas as classes sociais e regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Quem faz o isolamento no país?
De acordo com a pesquisa, o isolamento é feito majoritariamente por pessoas com mais de 60 anos, justamente quem já recebeu a vacina contra a Covid-19.
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Entre os que dizem sair de casa somente quando inevitável, notou-se que a cautela está relacionada à idade. Na faixa etária entre 16 e 24 anos, os que evitam sair somam 19%. O número chega a 49% entre quem tem mais 60 anos.
Entre os que dizem sair de casa para trabalhar e realizar outras atividades tomando todos os cuidados, os maiores índices são entre os homens (68%, ante 58% das mulheres), que têm de 25 a 34 anos (72%), entre os com mais escolaridade (72% têm ensino superior) e entre os que possuem renda familiar de mais de dois a dez salários mínimos (70%).
Quem não faz isolamento social?
O estudo também tentou identificar aqueles que não adotam medidas de isolamento social. Os maiores percentuais foram observados entre homens (11%, ante 4% das mulheres), que têm renda de mais de dez salários mínimos (10%) e entre os que sempre confiam nas falas do presidente Jair Bolsonaro.
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