Durante depoimento na CPI da Covid nesta terça-feira (18), o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que não encaminhou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a carta na qual a Pfizer oferecia negociação sobre as vacinas. Segundo ele, o motivo para não entregar ao presidente era porque presumiu que ele já tinha sido entregue ao chefe do executivo.
“Presumia que o presidente da República já soubesse da carta”, afirmou o ex-ministro de Relações Exteriores.
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A declaração de Araújo aconteceu após ser questionado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP). O ex-ministro justificou seu comportamento pelo fato de Bolsonaro estar copiado no e-mail que a Pfizer enviou para a Embaixada do Brasil em Washington, capital dos Estados Unidos.
A farmacêutica teria enviado a carta oferecendo negociação sobre vacinas para a Embaixada Brasileira e copiado a presidente.
Propostas da Pfizer
Em depoimento à CPI da Covid na última quinta (13), o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo afirmou que, o Brasil não respondeu no ano passado ofertas de contratos apresentados pela empresa que previam 1,5 milhão de doses da vacina ainda em 2020.
O executivo da Pfizer explicou que a empresa apresentou, em agosto, três propostas para o governo. As três previam um contrato de 30 milhões de doses ou de 70 milhões de doses. Depois foram feitas novas propostas no mês de novembro. A partir de então, todas as ofertas só se referiam a 70 milhões de doses. Em todas as propostas, a farmacêutica ficou sem resposta do Brasil.
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