O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse, nesta quarta-feira (19), à CPI da Covid que o presidente Jair Bolsonaro nunca o deu ordens diretas para nada. A declaração ocorreu após o relator Renan Calheiros perguntar: "Sua nomeação deu-se sob a condição de cumprimento de alguma ordem específica, como a recomendação de tratamento precoce para a Covid ou o uso de cloroquina?"
Pazuello ainda disse que se reunia com o presidente Jair Bolsonaro durante sua gestão "menos do que gostaria". (...) Eu o via uma vez por semana, ou a cada duas semanas". Ele ainda completou: "Em nenhum momento o presidente me desautorizou ou orientou a fazer algo". O ex-ministro negou que os filhos do presidente Jair Bolsonaro tinham influência no ministério da Saúde.
Apesar das declarações, o ex-ministro da Saúde já afirmou, em vídeo divulgado no ano passado, que acatava as ordens do Presidente da República. Veja:
Ele foi o terceiro titular da pasta no governo Jair Bolsonaro e permaneceu no cargo por 10 meses. Pazuello seria ouvido pela Comissão no dia 5 de maio, mas um dia antes o Comando do Exército informou que ele estava em quarentena após ter tido contato com duas pessoas infectadas pela Covid-19.
Na última sexta-feira (14), o ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu o direito de habeas corpus ao ex-ministro. Pazuello poderá ficar em silêncio, com o objetivo de não produzir provas contra si. Ele depõe nesta quarta na condição de testemunha e deve dizer a verdade, sob risco de crime de falso testemunho.
Acompanhe ao vivo a sessão desta quarta-feira (19) da CPI da Covid:
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